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Preço da carne recua pelo sexto mês seguido e acumula queda de 5,8% no ano

Alcatra (-8,09%), filé-mignon (-8,02%), contrafilé (-7,92%) e picanha (-6,52%) acumulam os maiores recuos nos primeiros seis meses


R7

Publicada em: 12/07/2023 08:42:20 - Atualizado

BRASIL: Pelo sexto mês consecutivo, o preço da carne bovina registrou queda. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado nesta terça-feira (11), o recuo em junho foi de 2,10%, contribuindo entre os alimentos para a deflação de 0,08% no mês.

Todos os cortes bovinos que fazem parte do índice da inflação oficial tiveram redução no mês e acumulam queda de 5,89% neste ano e de 6,73% em 12 meses. Enquanto o IPCA acumula alta de 2,87% no ano e de 3,16% nos últimos 12 meses.

A alcatra (-8,09%), o filé-mignon (-8,02%), o contrafilé (-7,92%) e a picanha (-6,52%) registram os maiores recuos nos primeiros seis meses deste ano.

A queda do preço de cada corte

No acumulado de 2023, em %:

• carnes em geral: -5,89;
• fígado: -6,51;
• cupim: -2,05;
• contrafilé: -7,92;
• filé-mignon: -8,02;
• coxão mole: -5,16;
• alcatra: -8,09;
• patinho: -5,10;
• lagarto redondo: -4,76;
• lagarto comum: -5,37;
• músculo: -4,28;
• pá: -7,37;
• acém: -6,16;
• peito: -5,63;
• capa de filé: -5,43;
• costela: -5,33;
• picanha: -6,52.

Queda do custo

O economista Matheus Peçanha, do FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), explica que a redução no custo dos produtores acabou se refletindo no bolso do consumidor. E o cenário puxou para baixo projeções de inflação.

"De 2020 até metade do ano passado, esse custo estava jogando contra, estava encarecendo muito por conta da entrada de várias cadeias globais, com o preço de várias commodities agrícolas em alta. Isso levava a um efeito dominó nos preços dos produtos ao consumidor na gôndola", afirma Peçanha.

Agora o que está ocorrendo é o inverso. Segundo o economista, desde o segundo semestre do ano passado esses custos caíram, principalmente o preço da soja e do milho, que são os principais componentes da ração para o gado.

"A perspectiva para o ano é continuar nessa pegada. Deve haver a redução no ritmo de queda. E isso pode se refletir no preço ao consumidor. Mas deve continuar assim, reduzindo ritmo de queda até uma estabilidade no ano", acrescenta o economista.

O evento climático do El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, pode ajudar neste ano a manter a redução dos custos de soja e milho. Segundo Peçanha, os efeitos desse fenômeno climático geralmente aumentam a produtividade no Centro-Oeste do país. A previsão é que isso ocorra, provavelmente, no último trimestre deste ano.

"Ou seja, a gente deve ter uma estabilidade do preço da carne até o fim do ano, e, se o El Niño trouxer uma produtividade maior, pode haver uma segunda rodada de queda. Mas isso vai depender da magnitude, se vai reverter em ganho de produtividade como normalmente reverte. Então tem muitos 'ses', mas é um evento que está no calendário para ver o que acontece", avalia Peçanha.





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