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    porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024

BC inicia reunião que deve baixar os juros pela primeira vez em 3 anos

Mercado financeiro projeta corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, fixada em 13,75% desde agosto do ano passado


R7

Publicada em: 01/08/2023 08:22:22 - Atualizado

BRASIL: O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) começa nesta terça-feira (1º) a reunião que deve resultar na primeira redução da taxa básica de juros dos últimos três anos.

Estacionada em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017, desde agosto do ano passado, a taxa Selic deve recuar 0,25 ponto percentual, a 13,5% ao ano, conforme expectativas sinalizadas pelo mercado financeiro.

Nesta terça, o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos, e os oito diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro.

Amanhã (2), o Copom projeta as possibilidades futuras e define o patamar da Selic. O veredito a respeito dos novos juros será anunciado após as 18h, e ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar.

Na ata da última reunião, o Copom admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de reduzir a taxa básica de juros. "A continuação do processo deflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião", destaca.

Após a primeira baixa anunciada, os analistas preveem novos recuos nos meses de setembro (0,5 ponto), novembro (0,5) e dezembro (0,5), movimento que, se confirmado, levará a Selic a 12% ao ano na entrada de 2024.

De acordo com o mercado financeiro, os juros básicos devem seguir em queda nos próximos anos. Com a atualização, são projetadas quedas mais efetivas da Selic em 2024 (de 9,5% a 9,25% ao ano), 2025 (de 9% a 8,75% ao ano) e 2026 (de 8,63% para 8,5% ao ano).

O atual patamar da taxa Selic é alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da equipe econômica e de membros do setor produtivo. Eles avaliam o atual nível dos juros como um entrave para o desenvolvimento econômico.

A trajetória que levou a taxa básica de juros ao maior patamar dos últimos seis anos para segurar o avanço da inflação começou em março de 2021, quando a Selic figurava em 2% ao ano. Desde então, a Selic disparou 11,75 pontos percentuais e figura nos atuais 13,75% ao ano desde agosto do ano passado.

Selic

A taxa básica de juros é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, é a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.



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