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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL: Depois de amargar o maior volume de saques da história no primeiro semestre, a caderneta de poupança registrou um novo resultado negativo em julho, com saques R$ 3,58 bilhões maiores do que os depósitos.
Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pelo BC (Banco Central), foram retirados R$ 330,1 bilhões e alocados R$ 226,6 bilhões na aplicação preferida dos brasileiros ao longo do mês passado.
A perda é a segunda maior apurada para o mês desde o início da série história, iniciada em 1995. O resultado é melhor apenas do que o apurado no mesmo período do ano passado, quando as retiradas superaram as aplicações em R$ 12,7 bilhões.
O saldo negativo de julho reverte o único ingresso da caderneta no ano, registrado no mês de junho. Com isso, a caderneta tem perda de R$ 70,2 bilhões no acumulado dos sete primeiros meses de 2023.
Mesmo com a sequência de déficits desde 2021, a poupança ainda segue presente na carteira de um quarto dos brasileiros (26%), de acordo com dados do Raio X do Investidor, divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
A perda de recursos da poupança pode ser justificada pelo baixo retorno da aplicação diante de outros investimentos que oferecem segurança semelhante. Com a taxa básica de juros fixada ainda em níveis elevados, a rentabilidade da caderneta equivale a 0,5% ao mês mais o pagamento da taxa referencial, o equivalente a um retorno médio de 6,34% ao ano.
Na prática, se aplicar R$ 1.000 na caderneta, o consumidor terá uma rentabilidade bruta estimada em R$ 88,37 em 12 meses. No mesmo período, o ganho obtido em um título do Tesouro Direto atrelado à taxa Selic é de R$ 137,50.
Mesmo com o baixo retorno, a caderneta conta com a ajuda da perda de ritmo da inflação nos últimos meses. Com o arrefecimento do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), as aplicações na poupança renderam 2,95% entre janeiro e junho, o maior ganho real desde 2017.
Além da rentabilidade abaixo da oferecida por outros investimentos, a atual situação financeira da população, com mais de 66 milhões de brasileiros inadimplentes, segundo dados do SPC Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), também pesa contra a caderneta.