Fundado em 11/10/2001
porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL: O IGP-M (Índice Nacional de Preços - Mercado) manteve a trajetória de queda iniciada em abril e recuou 0,14% em agosto, segundo dados revelados nesta quarta-feira (30) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Com a quinta baixa consecutiva, o indicador responsável pelo reajuste da maioria dos contratos de aluguel no Brasil acumula queda de 7,2% nos últimos 12 meses. Negativa pelo quinto mês seguido, a taxa representa que as locações atreladas ao IGP-M com vencimento em setembro seguirão inalteradas.
O percentual acumulado do índice é aquele que seria repassado às locações com aniversário de vencimento no próximo mês. No entanto, a maior parte dos contratos possui cláusulas que barram o reajuste negativo do indicador, o que deve ocasionar a manutenção do valor pago atualmente.
A sequência de cinco baixas consecutivas do IGP-M acumulado em 12 meses não era observada na economia nacional desde o período encerrado em fevereiro de 2018, quando a taxa ficou no campo negativo por dez meses.
A recente variação negativa da inflação do aluguel mantém a tendência de queda apurada desde maio de 2021, quando o indicador apresentava oscilação de 37% para as locações que venceriam no mês seguinte.
No mês de agosto, a deflação apurada representa uma desaceleração na queda em comparação com os últimos quatro meses. Com esse resultado, o índice acumula taxa negativa de 5,28% no ano. No mesmo mês do ano passado, o IGP-M havia caído 0,7% e acumulava alta de 8,59% em 12 meses.
O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola e industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.
Ao analisar a queda em ritmo inferior às anteriores, André Braz, coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), avalia que os preços dos produtos agropecuários (de -1,87% para 0,02%) e industriais (de -0,75% para -0,24%) contribuíram para a taxa menos negativa do índice ao produtor. "Na parte agrícola, a maior influência veio da soja (de 0,03% para 5,63%) e, do lado industrial, do óleo diesel (de 0% para 4,15%)", afirma ele.
"A taxa do INCC [Índice Nacional de Custo da Construção] acelerou e foi outro destaque importante a contribuir para a queda menos intensa do IGP-M, sendo a mão-de-obra (de 0,38% para 0,71%) a principal contribuição para a aceleração deste índice”, completa Braz.