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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL -A inflação na Argentina chegou a 160,9% no acumulado de 12 meses, anunciou nesta quarta-feira (13) o Instituto de Estatísticas do país. Os resultados de novembro mostram que os preços ao consumidor subiram 12,8% no mês, contra 8,3% em outubro.
Os setores com maiores altas no mês passado foram Saúde (15,9%), Alimentos e bebidas não alcoólicas (15,7%) e Comunicação (15,2%).
A inflação acumulada em 2023 está em 148,2%, no maior resultado anual desde a hiperinflação de 1990, quando terminou o ano acima dos 1.300%.
Na terça-feira (12), o novo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo anunciou um pacote fiscal com nove medidas para tentar conter a crise econômica que afeta o país.
O ajuste foi chamado na imprensa de "Plano Motosserra", em referência à motosserra que Milei exibiu na campanha para presidente e que simbolizava o que o, à época candidato, queria fazer com os gastos públicos — cortá-los brutalmente.
As medidas têm o objetivo de recompor as contas públicas argentinas. No discurso de posse, no domingo (10), Milei disse que "não há dinheiro" no país e pediu para que a população se preparasse para tempos difíceis antes de que a situação melhore.
Economistas ouvidos pelo g1 afirmam que o ajuste fiscal de Milei deve realmente seguir o caminho de piorar os índices de inflação e atividade, mas fazem parte de um caminho para reduzir o déficit do país e acumular reservas internacionais.
Como estão previstos fim de subsídios públicos, uma desvalorização da cotação do peso em relação ao dólar e descongelamento de preços de itens básicos, a tendência é que a inflação ganhe força nos próximos meses.
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Governo Milei anuncia medidas para cortar gastos e desvalorizar peso
1. Desvalorização do peso: US$ 1 passará a valer 800 pesos; hoje cada dólar vale 365 pesos. Isso inclui um aumento provisório do imposto de importações (chamado de "Pais", que incide sobre a compra de dólares) e dos impostos retidos na fonte sobre as exportações não agropecuárias.
2. Licitações: suspender novos editais de obras públicas e cancelar licitações que ainda não começaram.
3. Reduzir subsídio à energia e aos transportes: na prática, as contas de luz e gás aumentarão, assim como as tarifas de trens e ônibus em toda a região metropolitana de Buenos Aires.
4. Reduzir ao mínimo transferências às províncias.
5. Suspensão de publicidade do governo por um ano.
6. Cargos públicos: não renovar contratos de trabalho com menos de um ano.
7. Corte na estrutura do governo: reduzir 106 para 54 o número de secretarias, e os ministérios de 18 para nove.
8. Social: priorizar projetos sociais que não exigem intermediários e fortalecer programas como o que paga um auxílio a mães com filhos.
9. Substituir o sistema de importações para um que não exigirá informações de licença prévia.
"Estamos na pior fase da nossa história", disse o ministro, que disse que a Argentina gasta bem mais do que arrecada —o déficit fiscal. "Se seguir como estamos vamos ter hiperinflação." A ideia, diz, é "neutralizar a crise".