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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
MUNDO - O dólar fechou em alta de 0,53%, cotado a R$ 4,7716, nesta segunda-feira (28), interrompendo uma longa sequência de baixas com amparo da força da moeda norte-americana no exterior, em dia marcado por receios sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve (banco central dos EUA), a guerra na Ucrânia e a disseminação da Covid-19 na China.
Com o resultado, a moeda passou a acumular queda de 7,46% na parcial do mês. No ano, tem baixa de 14,41% frente ao real.
Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 4,8190.
No exterior, os preços do petróleo recuam 7% nesta segunda-feira, com os confinamentos impostos em Xangai para tentar reduzir a curva de contágio da Covid-19 alimentando preocupações de fraca demanda e de desaceleração econômica na China, com os investidores de olho também nas negociações de paz com a Rússia marcadas para esta semana na Turquia.
Apesar do recuo nas últimas semanas, o petróleo ainda acumula um salto de cerca de 50% no ano.
O avanço do dólar no brasil estava em linha com a alta da divisa frente a outras moedas no exterior, após o rendimento do título soberano de dez anos dos Estados Unidos chegar a superar 2,5%, indo a picos em três anos.
Depois de o banco central norte-americano ter elevado os juros em 0,25 ponto percentual neste mês, pela primeira vez desde 2018, os mercados monetários passaram a precificar ajuste mais agressivo, de 0,5 ponto, no próximo encontro do Federal Reserve, o que é visto como fator de impulso global para os rendimentos dos Treasuries e para o dólar, destaca a Reuters.
A disparada nos preços das commodities e juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
O mercado financeiro piorou a projeção para a inflação e para a Selic em 2022. A estimativa para o IPCA no ano subiu de 6,59% para 6,86%. Para 2023, a previsão passou de 3,75% para 3,80%.
Já a previsão para a taxa básica de juros da economia foi mantida em 13% ao ano para o final de 2022.
O mercado manteve a estimativa de crescimento do PIB deste ano estável em 0,50%.
A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 recuou de R$ 5,30 para R$ 5,25. E para o fim de 2023, caiu de R$ 5,22 para R$ 5,20 por dólar.
"O IPCA deve desacelerar em 12 meses apenas em maio, ou seja, saberemos apenas desse resultado em junho o que deve continuar pressionando as expectativas por mais uma alta na Selic", avaliou André Perfeito, economista-chefe da Necton.