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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
O bitcoin atingiu o menor nível desde dezembro de 2020, chegando a US$ 25 mil, uma queda de quase 20% do valor nos últimos cinco dias de negociação e de 45% no acumulado do ano. Só nas últimas oito sessões, a perda foi de US$ 13 mil.
O cenário é exemplo da volatilidade das criptomoedas, que não é novidade para os investidores. No final ano passado, logo depois da fase mais crítica da pandemia, houve uma enxurrada de estímulos governamentais que encheram o mercado de dinheiro — inclusive para os ativos de risco, ou seja, esses que apresentam maior volatilidade.
Em novembro de 2021, por exemplo, o bitcoin estava no patamar de US$ 70 mil, atraindo ainda mais investidores.
O que se vê agora é o movimento oposto: bancos centrais de todo o mundo estão tirando liquidez do mercado para conter os elevados patamares de inflação. Com a subida das taxas de juros, os investidores se tornam mais seletivos e migram dos ativos de risco para a segurança —como títulos de renda fixa, que estão em alta.
Segundo especialistas consultados, como Safiri Felix, conselheiro da associação ABCripto, a expectativa é que o bitcoin mantenha a volatilidade enquanto o mercado estiver neste momento de grande incerteza, causada pelo combo de lockdowns na China, inflações recordes em todo o mundo, impulsionadas pela Guerra na Ucrânia, e subsequentes temores de recessão.
De forma geral, a visão é de que estamos em um momento de “bear market”, ou seja, quando os mercados apresentam queda de mais de 20% desde o pico. Enquanto não voltarem a crescer — o que não deve acontecer em 2022, visto como um ano de queda do mercado acionário —, a volatilidade vai continuar.
Também chamado de moedas estáveis, as stablecoins são tokens que tentam seguir a estabilidade de um certo ativo tradicional para reduzir os riscos. A TerraUSD, por exemplo, mira na paridade de 1-para-1 com o dólar americano.
Hoje, a TerraUSD caiu para o valor de 0,39 centavos de dólar.
Com a queda, investidores se questionam da função das stablecoins, antes vistas como a grande novidade do mercado de criptomoedas.
A desconfiança se propaga para todos os ativos de risco, o que também tem derrubado o mercado.