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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
No ‘WW’ da CNN Brasil, William Waack mostrou e leu a mensagem de WhatsApp na qual o homem que provocou explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, cita alguns políticos e o âncora do ‘Jornal Nacional’.
“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para des4rmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda: William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso… Vocês 4 são VELHOS CEBÔSOS n0jentos”, diz a ameaça (reproduzida abaixo), com erros ortográficos.
Cerca de 2 horas antes, no ‘JN’, Bonner comandou ao lado da colega Ana Luiza Guimarães a cobertura do caso. Àquela altura, os prints das postagens do suspeito ainda não haviam sido divulgados.
Pela posição de poder ocupada no telejornalismo, o apresentador da Globo se tornou alvo de ataques. A pior fase foi em 2020. Extremistas acessaram dados fiscais dele, dos filhos e até de seus pais falecidos. Informações confidenciais do filho, Vinícius, foram usadas em fraudes e estelionatos.
O jornalista recebeu ameaças de morte pela internet e foi algumas vezes constrangido em público, como em uma padaria do Rio, quando uma mulher começou a gritar insultos após reconhecê-lo.
Em entrevista a Pedro Bial, há 4 anos, Bonner fez um desabafo. “Eu ainda me assusto com a bile, com o ódio que escorre nas palavras, nas palavras mal escritas, nas palavras cuspidas. É um ódio tão intenso que a gente não sabe onde levará. E aí a gente vai para as ruas e assiste a esta mesma incivilidade.”
Ele ressaltou a dicotomia da situação que viveu. “Tem gente hoje me aplaudindo que estava, há dois, três anos, me xingando. Pessoas que hoje estão me xingando há dois, três anos, batiam palmas”, disse. Houve uma fase em que o âncora e editor-chefe do ‘Jornal Nacional’ era duramente criticado tanto por militantes da direita quanto por ativistas da esquerda.
O âncora pagou preço alto por estar à frente do telejornal de maior audiência da televisão brasileira na cobertura de denúncias e questionamentos contra os dois líderes políticos mais populares do País, Lula e Bolsonaro.