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    porto velho, segunda-feira 3 de fevereiro de 2025

Rodrigo Bocardi lucrou quase R$ 1 milhão sem avisar a Globo, apontou investigação interna

Apresentador feriu código de ética ao prestar serviço de consultoria para o Bradesco


terra

Publicada em: 01/02/2025 10:25:15 - Atualizado

Rodrigo Bocardi, de 49 anos, foi demitido da Globo por questões relacionadas a compliance. A emissora, como de praxe, não costuma comentar esses casos. Nos últimos dias, colunistas especializados na cobertura de televisão revelaram que o desligamento do jornalista aconteceu por conflito de interesses.

Segundo Gabriel Vaquer, jornalista da Folha de S.Paulo, Rodrigo Bocardi foi demitido por prestar serviços de consultoria, apresentação de eventos e media training para o Bradesco sem informar a Globo.

Empresas registradas em nome do apresentador emitiram notas fiscais de prestação de serviço para o banco pelo menos entre 2017 e 2023. Procurado pelo colunista, o Bradesco preferiu se abster, informando que, "por uma questão de respeito aos direitos individuais, não comentará o assunto [de Rodrigo Bocardi]".

Conforme apurado, uma das empresas do jornalista, a Boc Produções e Palestras, emitiu quatro notas fiscais entre 2017 e 2019, totalizando R$ 322 mil. Em 2019, a Boc passou a se chamar Diglon Produções.

As notas evidenciam que Rodrigo Bocardi prestou serviços para a UniBrad (Universidade Corporativa do Bradesco) e produziu conteúdo interno para clientes do banco. Entre 2021 e 2023, o apresentador emitiu outras três notas, que totalizaram R$ 432 mil, também pelo Bradesco, desta vez para serviços de consultoria e media training. As notas, agora, foram emitidas por meio de outra empresa da qual é sócio.

Neste segundo caso, ao que tudo indica, o apresentador foi contratado para preparar entrevistados e executivos do Bradesco para falarem melhor com clientes, em eventos e entrevistas para a imprensa.

Embora a atividade possa parecer inofensiva, as "vendas" feitas por Bocardi são consideradas proibidas pelo código de ética do Grupo Globo, pois podem comprometer a imagem de neutralidade do veículo.

"Os integrantes da Globo não devem exercer atividades, remuneradas ou não, em organizações que tenham objetivos conflitantes com as diretrizes e os princípios estabelecidos neste Código ou tenham relação comercial com qualquer empresa cuja contratação pelo Grupo Globo seja de responsabilidade direta ou indireta do integrante em questão, ou ainda que, por outros motivos, possa configurar conflito de interesses", diz um trecho do Código da empresa.


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