Fundado em 11/10/2001
porto velho, sábado 22 de fevereiro de 2025
O perito Reginaldo Tirotti, responsável pela perícia das assinaturas de Ana Hickmann em contratos com o Banco Daycoval, está sendo acusado pela defesa da apresentadora de estar envolvido em uma controvérsia por validar uma fake news contra o Padre Júlio Lancellotti em 2024. O especialista, no entanto, se pronunciou sobre o caso.
Na época, membros do Movimento Brasil Livre (MBL) usaram um vídeo falso para acusar o padre de pedofilia, com o parecer técnico de Tirotti sustentando a acusação.
Segundo a defesa da apresentadora, a fraude foi desmascarada pelo perito Mário Gazziro, que identificou cinco falhas graves no laudo de Tirotti. Entre elas, a ausência de evidências visuais para confirmar o ano do vídeo, o uso excessivo de imagens reais do padre para confundir leitores leigos e a ocultação de elementos importantes durante a análise. Gazziro também destacou o uso indevido de características comuns em idosos como prova e uma avaliação facial incompleta.
O vídeo em questão foi produzido em ambiente similar ao frequentado por Padre Júlio, mas apresentava divergências claras. Um serviço de análise facial apontou diferença significativa de idade entre o padre e o impostor no material falso. A Arquidiocese de São Paulo arquivou o caso por falta de verossimilhança nas acusações.
Em nota enviada ao iG Gente, Reginaldo Tirotti afirmou que sua análise sobre o vídeo foi conduzida “dentro dos parâmetros técnicos apropriados” e reforçou que os métodos aplicados respeitaram os padrões periciais. Ele também declarou que não comentaria o caso de Ana Hickmann, já que o processo ainda está em andamento e segue normas técnicas.
"Com relação ao material referente ao Padre Júlio, informo que a análise do vídeo encaminhado foi conduzida rigorosamente dentro dos parâmetros técnicos apropriados, garantindo a aplicação dos métodos periciais adequados à elucidação dos fatos", afirmou o perito.
A perícia conduzida por Tirotti em favor do Banco Daycoval indicou semelhanças entre as assinaturas de Ana Hickmann e as usadas nos contratos questionados. A apresentadora, porém, contestou o laudo e alegou fraude em pelo menos 10 documentos, o que levou o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) a reconhecer as falsificações.
A defesa de Ana Hickmann argumenta que o laudo ainda não foi homologado pela Justiça e aponta possíveis falhas no processo. O caso segue em análise, enquanto a equipe jurídica prepara novos documentos para reverter o parecer inicial.