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porto velho, sexta-feira 2 de maio de 2025
Desde que Daniela Beyruti assumiu a presidência do SBT, após o falecimento de Silvio Santos em agosto de 2024, a emissora tem passado por uma série de mudanças na tentativa de modernizar sua grade e atrair um novo público. No entanto, essa abordagem mais ousada tem gerado diferentes opiniões dentro da própria família Abravanel.
Em entrevista ao programa de Flávio Ricco, Silvia Abravanel, filha de Silvio e também diretora da emissora, fez questão de expressar sua visão divergente sobre o atual rumo do canal. Segundo ela, o SBT não precisa necessariamente apostar em inovações para reconquistar audiência, mas sim resgatar a identidade que sempre o definiu.
“Televisão não é inovação”, afirmou Silvia. Para ela, o público tradicional do SBT – majoritariamente das classes C e D – está mais interessado em formatos familiares e nostálgicos do que em mudanças radicais. A diretora destacou que ninguém conseguirá ocupar o lugar de seu pai, mas acredita que é possível adaptar a essência dos programas clássicos à linguagem de hoje.
Silvia também defendeu que a emissora deveria valorizar mais os talentos da casa. “Temos profissionais capacitados que conhecem o DNA do SBT. Ao invés de buscar novidades externas, deveríamos investir em quem já está aqui e conhece nosso público”, disse. Ela citou o apresentador Celso Portiolli como exemplo e sugeriu que ele poderia apresentar quadros icônicos como o “Qual é a Música?”.
Além disso, criticou a tendência de cancelar atrações rapidamente, sem permitir que encontrem seu espaço. “Nem tudo dá certo de imediato. É preciso paciência e respeito pelo tempo do público”, comentou.
Por fim, Silvia enfatizou que o SBT deve continuar sendo uma emissora para toda a família, defendendo uma programação que contemple desde os jovens até os avós. “A gente precisa equilibrar o novo com o tradicional, sem esquecer da nossa base”, concluiu.