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porto velho, sábado 28 de dezembro de 2024
Marília Mendonça registrou 98 composições que não foram lançadas por ela nem por outros artistas. As obras estão registradas no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), mas nunca se transformaram em uma gravação comercial (fonograma).
Esta reportagem faz parte do especial "Mariliateca". O g1 pesquisou, catalogou e analisou todo o cancioneiro da artista. Mergulhe nas listas de composições e interpretações, navegue através dos sentimentos das letras, relembre os hits e descubra raridades.
Quase todas essas composições sem fonogramas são de antes de 2017, quando Marília deu uma pausa na escrita para se dedicar à carreira de cantora. Antes disso, ela tinha um volume impressionante de produção para outros artistas.
Marília tinha parceiros nesta criação frenética. O principal deles era Juliano Tchula, coautor de quase todas as músicas desta fase. Os dois escreveram 224 músicas juntos.
Quase todos os grandes artistas sertanejos gravaram ao menos uma música deles: Henrique e Juliano, Jorge e Mateus, Gusttavo Lima, Zé Neto e Cristiano, Luan Santana, Cristiano Araújo, Matheus e Kauan, Lucas Lucco, Israel e Rodolffo...
A dupla Mendonça-Tchula também emplacou composições no forró, no brega e no pop, como Márcia Fellipe, Wesley Safadão, Joelma, Gabriel Diniz, Aviões do Forró, Solange Almeida e Claudia Leitte.
Com tanta produtividade, é natural que parte fique na gaveta, explica Renno Poeta, autor de hits gravados por Marília como "Todo mundo vai sofrer" e "Esqueça-me se for capaz". "É normal. Claro que a gente, como autor, queria que tudo que produzisse fosse gravado. Mas nem sempre acontece".
"Às vezes ela acaba mostrando para outros artistas, vai passando, vai passando, e acaba que cai no esquecimento. A gente compõe, deixa a música na gaveta, esquece dela, até vir um repórter do g1 e descobrir novamente", ele brinca.