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porto velho, domingo 22 de dezembro de 2024
BRASIL - "Sempre estive envolvida com política, é que agora as pessoas prestam mais atenção, porque tudo está muito polarizado". A afirmação é da apresentadora e ativista pelo direito dos animais Luisa Mell, 43, que recentemente se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e também com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Se os encontros deixaram seus fãs confusos sobre seu posicionamento político, Luísa esclarece que sempre se encontrou com diversos líderes para debater as causas que defende e buscar melhorias nas esferas ambientais, e completa: "Não tem como alguém que defende o ambiente não ser contra o governo Bolsonaro".
Para a ativista, a eleição presidencial deste ano é fundamental para determinar o rumo do Planeta e focar sustentabilidade. Segundo ela, o encontro com Bolsonaro, na chegada de brasileiros que fugiam da guerra na Ucrânia, não foi planejado e o presidente "não trocou duas palavras" com ela, apesar de ela ter sido uma das pessoas a pedir a inclusão de animais de estimação no resgate.
Fundadora do Instituto Luisa Mell, criado em 2015, que atua no resgate e recuperação de animais, e idealizadora do projeto Planeta A -que visa barrar o desastre ambiental, a ativista pontua que nas eleições de 2022 é importante "votar em líderes que entendam a importância do meio ambiente" e que estejam dispostos a aprender sobre o assunto.
Apesar de ter sido crítica dos governos de Lula, entre 2003 e 2011, e de Dilma Rousseff, de 2011 a 2016, agora Luisa afirma ver que o petista "está, nos últimos anos, entendendo a importância da causa ambiental e a urgência disso", e o enxerga como um candidato que pode ser capaz de desacelerar o desastre ecológico.
"Eu reafirmo que [no encontro] vi uma pessoa interessada em aprender, anotando e perguntando. Isso, para mim, é muito importante em um líder do novo mundo", afirmou a apresentadora, que apresentou programas como Late Show e TV Fama, nos anos 2000, sobre o encontro com Lula, ocorrido no último dia 14, com cerca de outros 20 representantes do movimento da proteção animal.
Para Luisa, "a política é fundamental para as transformações acontecerem", por isso é importante que as pessoas se posicionem e entendam a gravidade do problema ambiental. Ela ressalta ainda que continuará tendo encontros e debates com os mais diversos líderes "que queiram nosso apoio e estejam dispostos a ouvir".
Quanto ao atual governo, Luisa aponta como responsabilidade de Bolsonaro o que chama de "cenário desolador da questão ambiental" e cita o desmatamento na Amazônia que bateu recorde da série histórica recente do Deter, programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), com início em 2015/2016.
"Temos ainda desafios gigantes, além do Brasil. Com todos os problemas econômicos, sociais, pós-pandemia. Não dá para ignorarmos isso nessas eleições, são os últimos anos que alguém vai ter para fazer alguma coisa", completa a ativista, que vê as redes sociais como aliadas a sua luta a favor dos animais.
Segundo ela, seu projeto Planeta A vem para "retomar o debate e a troca de ideias, ainda mais com essa onda de cancelamento" causado pelas redes sociais, como uma maneira de "evitar o colapso total". Como parte da iniciativa, ela deu um jantar com personalidades, no último dia 16, para debater o que fazer diante de problemas ambientais. Bela Gil, Chico César e Klebber Toledo foram alguns dos convidados.
"O que os governos e os bilionários não estão fazendo, a sociedade civil vai ter que se organizar [para fazer]", afirma.