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    porto velho, domingo 22 de setembro de 2024

Ex-BBB Rafa Kalimann revela desejo de ser mãe: "É o meu maior sonho hoje"

No mês que estreia como atriz, Rafa Kalimann recapitula os sonhos de criança, os choros de adolescente e o caminho...


glamour.globo

Publicada em: 19/08/2022 10:59:17 - Atualizado

BRASIL: Entre as lembranças da infância em Minas Gerais, Rafaella Freitas Ferreira de Castro Matthaus cita rodas de viola e música sertaneja. Natural de Campina Verde, onde morava com a família, aproveitava todo mundo reunido para brincar de karaokê e de apresentadora. “Gostava de chamar a atenção”, conta. Sabia, em algum lugar, que pertencia ao universo artístico, um dos motivos que a fizeram sair de casa cedo, aos 14 anos, para tentar a carreira de modelo em São Paulo.

O processo foi importante, mas também traumático. Nascia ali uma relação complexa com o próprio corpo, permeada pela insegurança causada pela fita métrica das agências de modelo. Ouviu que não tinha biotipo para seguir carreira e passou a se sentir inadequada. Todas as questões levaram a mineira ao divã da terapia. Hoje, já se orgulha de, há pelo menos um ano, ter feito as pazes com o espelho e com quem é.

A fase boa se estende à carreira: apesar de ter entrado no BBB, em 2020, já com 3 milhões de seguidores, hoje bate a casa dos 23M, entre mais expressões de amor do que ódio. No @ do Instagram, nada de nome cheio de caracteres: assina Kalimann, pseudônimo que viu num sonho e adotou como nome artístico. Veio aí, afinal. Ele será lido, a partir deste mês, também no elenco da série “Rensga Hits”, produzida pelo Globoplay. As nuances do percurso até aqui você lê na entrevista a seguir.

VOCÊ COMEÇOU A TRABALHAR DESDE CEDO E NÃO PAROU MAIS. SEMPRE QUIS SER FAMOSA?
Eu queria comunicar, mas não sabia como fazer isso. Desejava poder falar o que penso e ser ouvida pelas pessoas. Quando criança, nas reuniões de família, brincava de apresentadora, cantava no karaokê. Sempre tive admiração pelo universo artístico, sabe? E na minha cabeça, tão novinha, desejava habitá-lo de alguma maneira. Por isso que saí tão jovem de casa.

E QUANDO ENTENDEU QUE HAVIA UMA RESPONSABILIDADE ENVOLVIDA NA MISSÃO DE COMUNICAR?
Só entendi para valer no BBB. Antes disso, eu achava que sentia onde estava tocando, porque entendia a partir de quais conteúdos os seguidores chegavam. Também não era uma exposição tão grande assim. Quando saí da casa, eram nove milhões de pessoas me assistindo diariamente nos Stories do Instagram. Lembro que tudo o que eu falava era retrucado, me corrigiam. O que foi ótimo, porque aprendi muito. Entretanto, também passei a ser cobrada para entrar em certos assuntos. Depois fui entender: preciso buscar, ter responsabilidade sobre o que eu falo e sobre o que me aprofundo, se esperam isso de mim. Foi um processo de amadurecimento. Nas vezes que tentei entrar nos assuntos por pressão, peguei informações equivocadas na pressa, não tive tempo de entender.

VOCÊ JÁ FOI CRITICADA POR VARIADOS MOTIVOS, DESDE O TRABALHO COMO APRESENTADORA ATÉ EM RELAÇÃO AO TRABALHO HUMANITÁRIO. COMO RECEBE TAIS OBSERVAÇÕES?
Já não leio tanto. Eu escolho minhas batalhas. Aos poucos, entendi que eu não precisava absorver aquilo e trazer como uma verdade para minha vida. Por muitas vezes, eu pensei: “devo ser péssima” ou “devo ser uma pessoa horrível”. Me questionei e trouxe dores para a minha vida sem precisar. Passei noites sem dormir, chorando muito, e deixei de fazer várias coisas por medo. Hoje não, eu faço. E se vier a crítica, deixo rolar.

AS MULHERES SÃO ESTIMULADAS A COMPETIR O TEMPO TODO. COMO VIVENCIA ESTE CENÁRIO NO MEIO ARTÍSTICO?
As pessoas sempre tentam nos botar uma contra a outra, inventam situações que nos colocam em conflito. Em contrapartida, do lado de cá, raramente eu percebo isso acontecendo de fato. Pelo contrário, eu me sinto super apoiada. Várias vezes vejo uma notícia na internet em que dizem que estou brigada com fulana, enquanto estamos dando risada disso juntas no WhatsApp. Nós consumimos muito deste comportamento [de rivalidade], desde a novela até programas de TV. É cafona e ultrapassado.

OS SEUS RELACIONAMENTOS SÃO ALVOS CONSTANTES DAS MANCHETES. COMO É VIVER BOMBARDEADA POR ISSO?
É mais uma camada que eu tirei da minha vida. Eu tinha medo, sabe? Achava que eu tinha que rotular todo relacionamento e acabei deixando de viver vários momentos que eu queria ter vivido conhecendo pessoas legais. Então, chegou o momento em que eu falei: “Não, eu não vou mais ser rendida”. Sou uma mulher livre; dona de mim e da minha carreira. Não quero ter que deixar de viver nada.

QUAL SONHO AINDA GOSTARIA DE REALIZAR?
Quero ser mãe. É o meu maior sonho hoje. Não sei quando, como será, nada. Mas é um desejo muito íntimo e profundo para mim. Penso nisso constantemente. Eu idealizo e trabalho em prol disso. Sempre faço escolhas muito voltadas para esse lugar também, sabe? Como vai ser esse futuro? Como vai ser esse mundo? O que a gente está deixando de legado? Penso que se a gente quer ver mudança, a gente é a mudança. Ser mãe é uma motivação para mim. Sempre comento sobre esse desejo de ser mãe e as pessoas ficam surpresas. Mas quando se surpreendem com isso, me dá até um certo alívio. Penso que é bom que as pessoas têm refletido sobre a possibilidade da gente não querer ser mãe também. Mas, no meu caso, dentro dessa liberdade, eu tenho esse desejo.




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