Vivendo momentos complicados desde a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais ocorridas em outubro do ano passado, a Jovem Pan News iniciou 2023 com o pé esquerdo. Após perder diversos anunciantes importantes e entrar na mira do Ministério Público ao ser acusada de defender os atos antidemocráticos deste domingo (08), a direção do canal de notícias acabou se deparando com um outro problema: O Ibope.

Em meio ao clima de tensão que tomou conta dos bastidores do canal, principalmente depois de minimizar a destruição causada por apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Boldonaro e da renúncia do presidente Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, não demorou muito tempo para a crise chegar nos índices de audiência, algo que, até então, não representava um perigo iminente.

Um dia após os atos terroristas em Brasília, ou seja, no último dia 09, a emissora registrou péssimos números no Ibope e acabou sendo derrotada por suas principais concorrentes. A situação ficou tão complicada neste dia, que o nem mesmo o programa “Os Pingos Nos Is”, que normalmente marca o melhor Ibope do dia, conseguiu ser suficiente para tirar o canal do fundo do poço e também ficou atrás da concorrência.

Segundo dados consolidados divulgados pelo portal Na Telinha, a Jovem Pan News fechou a segunda-feira (09) com 0,4 ponto na média-dia, ou seja, entre 06h da manhã e meia-noite. Com o resultado, a emissora ocupou a terceira colocação na disputa direta com a GloboNews e com a CNN Brasil. Enquanto o canal de notícias pertencente ao Grupo Globo marcou 1,8 ponto, a CNN finalizou o dia com 0,5 ponto.

Apoiadora assídua do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), a Jovem Pan News chegou a minimizar a invasão terrorista ocorrida em Brasília. Vestida de verde e amarelo, uma repórter do canal até defendeu as ideologias dos criminosos que transformaram a Praça dos Três Poderes em um verdadeiro cenário de guerra. Vale ressaltar que, ao contrário de praticamente todos as emissoras, o canal tratou os vândalos como manifestantes.

Por conta disso, muitos internautas se mostraram revoltados com a postura da Jovem Pan diante das cenas de destruição e detonaram a emissora. Não satisfeito, o canal de notícias usou até comentaristas bolsonaristas na tentativa de justificar as ações criminosas dos terroristas. Políticos e jornalistas apontaram na internet que a emissora é de concessão pública e exigiram punição pelo comportamento.