Fundado em 11/10/2001
porto velho, terça-feira 2 de setembro de 2025
Desde Pelé, a camisa dez virou um símbolo de prestígio e protagonismo no futebol. Quem a veste geralmente é o jogador de maior habilidade e criatividade de uma equipe. Assim é, também, no Cruzeiro Feminino. Carismática e talentosa, tanto que era apelidada de “Rainha das Lambretas”, Byanca Brasil foi contratada, em 2023, para ser a estrela, o símbolo de um projeto em ascensão.
A jogadora foi tão bem que, no ano seguinte, voltou à seleção brasileira e até renovou o contrato com as Cabulosas. Ou seja, o vínculo, que terminaria em 2024, foi estendido para até 2028.
“Desde o primeiro dia em que eu cheguei aqui, a torcida me recebeu muito bem. Sempre entreguei o meu máximo dentro de campo e sempre vou entregar, porque para mim é uma honra vestir essa camisa. Sei o peso que é vestir a camisa 10”.
O ano de 2025 tem sido histórico para o Cruzeiro. A equipe conquistou a classificação inédita para a final do Campeonato Brasileiro Feminino. E, de quebra, carimbou o passaporte rumo à primeira Copa Libertadores, em 2026. Byanca Brasil foi às lágrimas ainda em campo, logo após as Cabulosas eliminarem o Palmeiras, no Brasileirão::
“A gente sabe do projeto que foi entregue na minha mão quando eu cheguei aqui em 2023. Estou vendo essa construção desde o começo e fazer parte disso é muito lindo. Quero curtir muito, acho que a gente não aproveita esses momentos, já quer ficar pensando na final e acaba não aproveitando”.
Porém, apesar do sucesso das Cabulosas e da felicidade do momento, Byanca Brasil fez uma dura autocrítica, na mesma entrevista após a semifinal:
“Sei que não estou fazendo dos melhores anos aqui. Estou oscilando um pouco, até por conta de lesão. Mas falta de vontade, falta de trabalho, não vai faltar. Eu sempre vou dar a vida por essa camisa. O torcedor vai se sentir representado dentro de campo,” promete.
A jogadora sofreu uma lesão ligamentar no tornozelo esquerdo em maio e voltou a atuar apenas em agosto, no confronto da Copa do Brasil Feminina diante do Corinthians. Aos 29 anos de idade, a craque tem experiência de sobra para saber que manifestações de carinho e cobranças por grandes atuações podem andar muito próximas:
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE“Fui cobrada em algumas decisões que eu não fui bem realmente, mas eu tenho costa larga, eu tenho que aguentar realmente a crítica e então também aguentar os elogios. Então, eu estou muito feliz, acho que o trabalho coletivo mais uma vez sobressaiu ali dentro, acho que nem sempre vai ser a camisa 10 que vai resolver e sim o nosso coletivo. E é o que trouxe a gente até essa grande final”.
Assim como o Cruzeiro Feminino, Byanca Brasil não é a mesma de 2023. O projeto do time passou por derrotas amargas, momentos turbulentos, mas evoluiu e hoje está consolidado. A camisa 10 também. As feridas geraram maturidade e ela tornou-se capitã, uma porta-voz do elenco. Portanto, conseguiu tornar-se o que de fato era esperado: um dos símbolos do time. E certamente ainda tem muito futebol para mostrar à torcida:
“A gente quer muito mais. Com certeza a gente vai estar pronta no domingo para buscar esse título”, garante a craque.