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    porto velho, quarta-feira 18 de junho de 2025

Jovens Brasileiros estão largando tudo para viver de conteúdo adulto e dizem faturar R$ 200 mil por mês

Muitos brasileiros anônimos viraram grandes personalidades do conteúdo +18 e dizem faturar até R$ 200 mil por mês


g1

Publicada em: 13/12/2023 18:00:01 - Atualizado


Óculos Juliet, camiseta regata colada e corrente prata no pescoço. É assim que Bruno ZL, de 23 anos, se apresenta para dar entrevista ao g1. Para o jovem, o look mostra quem ele realmente é: "representa os meninos da periferia, de onde eu vim, a Vila Ema, na Zona Leste de São Paulo" — por isso o ZL no nome, aliás.

É com esse estilo "marrentinho" que Bruno, ou "Novinho Da ZL", grava seus vídeos eróticos. Considerado um dos maiores influencers +18 do país, o jovem é um dos muitos brasileiros que recorreram à venda de conteúdo adulto para ganhar dinheiro.

Ele e outros criadores ganharam espaço graças a estratégias bem pensadas, usando redes como Instagram, TikTok e, principalmente, o X (antigo Twitter).

A pandemia de Covid-19 e a disseminação de plataformas especializadas — como OnlyFans e Privacy — aumentaram a profissionalização da venda on-line de nudes, que hoje rende dezenas de milhares de reais todos os meses a alguns produtores. Ainda assim, esse não é um ramo para todo mundo.

Como todos os criadores, os de conteúdo adulto também estão expostos a todo tipo de crítica, ainda que este seja um segmento supostamente mais liberal. Bruno, por exemplo, não se livrou de estereótipos e de preconceitos por conta do visual de "lek da ZL":

Por que dá muito dinheiro? Além de ter muita gente interessada nesse tipo de material, a maioria dos sites e apps dedicados a isso paga em dólar. Convertendo para o real, alguns produtores conseguem faturar alto, já que a moeda americana é mais valorizada. As plataformas também ficam com uma parte desse dinheiro: no OnlyFans, por exemplo, os criadores ficam com 80% dos valores, e o site com 20%.

E quanto eles recebem? Por questão de segurança, nem todos os criadores gostam de compartilhar valores publicamente. Mas, em média, eles dizem que é possível tirar de R$ 20 a 50 mil por mês. Esse valor pode chegar a R$ 100 mil, de acordo com João Finamor, da ESPM. Só no Pornhub, tem gente ganhando US$ 200 mil ao mês, revelou um dos profissionais que conversou com o g1.

Todos ganham bem? Não, a grande maioria das pessoas que tentam entrar no mercado +18 acaba não conseguindo monetizar o conteúdo - ou pelo menos não a ponto de os valores virarem sustento (leia mais abaixo).

Quais plataformas são usadas? Segundo eles, o Onlyfans, que paga em dólar, continua sendo a mais rentável, mas o Privacy tem compensado bastante também, mesmo pagando em real. Além dessas, 4MyFans, OnNowPlay, ManyVids e até mesmo o Telegram e o Reddit são usados.

Por que eles usam o X (antigo Twitter) como vitrine? Muitos publicam vídeos ali como forma de "degustação" e o post está sempre acompanhado de links para as plataformas +18, WhatsApp ou Telegram. Se o cliente se interessar, ele, então, assina. Alguns também usam o Instagram e o TikTok, mas o X continua sendo a principal e a que mais ajuda a faturar, isso porque ela é a única mídia social com brecha para postagem de fotos e vídeos eróticos.

Durante a pandemia, muitos anônimos cresceram do dia para a noite no OnlyFans, tendo o site como salvação financeira em um momento desafiador. Só que, agora, quem ganha dinheiro são as pessoas que já têm um público considerável em outras redes sociais, ou seja, quem já é conhecido, explica João Finamor.

Mas isso não é regra. No Paraná, Aline Novak, de 23 anos, começou no Privacy em 2022 e, hoje, somando com outras plataformas, ela diz faturar R$ 200 mil por mês.

"Tem público para todo mundo e é possível crescer. Eu comecei do zero, não era ninguém e, aos poucos, fui crescendo. Hoje, tenho até troféu de R$ 1 milhão em faturamento."



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