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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
A Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica na noite desta terça-feira (28), um projeto que prevê acabar com a isenção do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 258), impondo uma taxação de 20% do valor.
Para compras acima de US$ 50, o texto prevê manter a taxação de 60%. O projeto agora segue para votação no Senado, prevista para essa quarta (29).
O resultado na Câmara veio após semanas de negociação entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Congresso. Mais cedo nesta terça, inclusive, Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se encontraram para discutir o projeto.
A proposta do fim da isenção foi inserida em um projeto que prevê benefícios fiscais a montadoras que investirem em tecnologias de baixa emissão de carbono.
Inicialmente, o relator do projeto, deputado Átila Lira (PP-PI), havia previsto uma taxação de 60% para compras internacionais de até US$ 50. Mas, após negociações, o percentual abaixou consideravelmente.
Apesar do projeto não citar nominalmente empresas estrangeiras, são sites como Shein e Shopee que causam preocupação entre políticos e empresários do país.
Eles alegam que os produtores nacionais sofrem com a concorrência desleal de itens trazidos do exterior e que conseguem se aproveitar da isenção de impostos através de fraudes — por exemplo, usando nomes de pessoas físicas ou dividindo as compras em pacotes menores, a fim de deixar de pagar o imposto de 60% sobre produtos importados.
Embora seja uma medida impopular, o governo espera aumentar a arrecadação com essa taxação.
A isenção, no Brasil e em outros países, costuma ser justificada pelo objetivo de facilitar o comércio e reduzir a burocracia para consumidores finais.
Entre 85 países, o Chile é a nação com regime de isenção de impostos para importações com o menor valor — abaixo de US$ 30, de acordo com a Global Express Association.
A regra vale tanto para consumidores finais como para empresas. Ao passar o valor de US$ 30, são aplicados impostos de importação e impostos sobre valor agregado (IVA) sobre o valor total, incluindo o custo de transporte e seguro.
Já o maior valor de importação com isenção é dos Estados Unidos, que estabelece que, para que não sejam cobradas taxas, as mercadorias não podem exceder o valor de US$ 800 (para consumidores finais) e US$ 2,5 mil (importações comerciais).