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    porto velho, quinta-feira 24 de abril de 2025

Caos aéreo aumenta judicialização e deixa rondonienses à mercê

Em vez de buscar soluções estruturais para o problema, muitos beneficiários da desgraça alheia ainda defendem a desjudicialização como benefício aos usuários...


Redação

Publicada em: 06/12/2024 09:04:13 - Atualizado

PORTO VELHO-RO: Os atrasos, cancelamentos e a baixa qualidade dos serviços oferecidos pelas companhias aéreas continuam gerando indignação e promovendo uma avalanche de ações judiciais no Brasil. O cenário, que já era crítico, tem se agravado a cada ano, especialmente em regiões como Rondônia, onde o transporte aéreo é essencial para muitas pessoas.

Dados do site Consumidor.gov.br revelam que, apenas no último trimestre de 2022, foram registradas 19.964 reclamações contra empresas aéreas. Entre os principais problemas relatados, o cancelamento de voos lidera com 22,9% das queixas, seguido por alterações de contrato feitas pelos passageiros (18%) e alterações realizadas pelas próprias companhias (16,1%).

Esse aumento nas reclamações reflete diretamente nos tribunais. Os fóruns brasileiros estão abarrotados de processos relacionados ao transporte aéreo, impulsionados pela insatisfação dos usuários e pela persistente má qualidade dos serviços prestados. Mesmo com o pagamento de indenizações e acordos, que somaram parte dos prejuízos de R$ 2,2 bilhões registrados pelas empresas aéreas em 2022, segundo o Anuário do Transporte Aéreo da ANAC, a qualidade dos serviços permanece muito aquém do esperado.

Em Rondônia, o caos aéreo é ainda mais evidente. Apesar da crescente judicialização, a sensação de abandono por parte da classe política e das autoridades judiciárias locais persiste. Em vez de buscar soluções estruturais para o problema, muitos beneficiários da desgraça alheia ainda defendem a desjudicialização como um "benefício" aos usuários, argumento que soa irônico para os rondonienses que enfrentam humilhações constantes ao tentar utilizar o transporte aéreo.

Com o fim de ano se aproximando, o cenário se torna ainda mais desolador. Como em anos anteriores, os rondonienses que precisam viajar de avião devem se preparar para enfrentar atrasos, cancelamentos e o descaso das companhias aéreas. A falta de medidas efetivas para melhorar os serviços reforça a sensação de que os usuários permanecem desamparados, sem perspectivas de mudanças significativas no setor.

Enquanto isso, o volume de ações judiciais continua a crescer, refletindo não apenas a insatisfação dos passageiros, mas também a urgência de uma reformulação nas políticas e práticas das companhias aéreas e das autoridades responsáveis pela fiscalização e regulação do setor.


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