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porto velho, segunda-feira 12 de maio de 2025
PORTO VELHO-RO: A travessia sobre o rio Candeias, na BR-364, que liga Rondônia a restante do país, tornou-se sinônimo de insegurança e descaso. Com uma das pontes interditada há meses por falhas estruturais graves, todo o tráfego foi transferido para a estrutura remanescente, que já apresenta rachaduras e sinais de desgaste. A precariedade da ponte está sendo ignorada em meio a um fluxo intenso de carretas e veículos pesados, expondo uma estrutura claramente sobrecarregada ao risco de colapso.
Para tentar conter os danos, foi implantado o sistema de tráfego "pare e siga", o que tem dobrado o tempo das viagens na região. Um percurso antes feito em duas horas, entre Porto Velho e Ariquemes, agora pode durar até quatro horas — prejudicando não apenas motoristas, mas todo o setor logístico que depende dessa importante via da BR-364, ligou para a redação do Rondonoticias o usuário da BR, Hélio Lima. Trata-se de uma rota essencial para os estados do Norte e também para países vizinhos como a Bolívia, o que agrava ainda mais a dimensão do problema.
Apesar da gravidade da situação, a superintendência do DNIT em Rondônia tem se mantido em silêncio. Nenhuma coletiva foi convocada, nenhum esclarecimento público foi feito à população. A ausência de informações concretas e de um cronograma transparente sobre os reparos reforça o sentimento de abandono por parte dos usuários da rodovia.
O que se vê hoje é uma tentativa emergencial de manter a estrutura em funcionamento sem uma solução definitiva ou sequer um plano claro de reconstrução. O histórico brasileiro já mostrou, tragicamente, o que acontece quando alertas como esses são ignorados. A negligência prévia é sempre o pano de fundo de desastres evitáveis.
É inaceitável que uma situação de tamanha importância seja tratada com tamanho descaso. A manutenção da ponte do rio Candeias não pode continuar sendo tratada como uma ação paliativa e improvisada. O Norte do Brasil exige respeito e infraestrutura digna, com segurança, planejamento e responsabilidade.