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porto velho, domingo 18 de maio de 2025
RONDÔNIA - O ciclo da vida se revela com força nas estatísticas oficiais de 2023 das maiores cidades de Rondônia. Os números de nascimentos, mortes, casamentos e divórcios refletem não apenas o crescimento populacional, mas também as mudanças nos hábitos sociais, especialmente nos relacionamentos.
Bebês chegam, mas despedidas também marcaram o ano
Ao todo, 14.230 novos moradores vieram ao mundo nas cinco maiores cidades do estado. Porto Velho, como capital e principal centro urbano, liderou com 7.384 nascimentos, mais da metade do total. Em seguida vêm Ji-Paraná (1.994), Ariquemes (1.641), Cacoal (1.668) e Vilhena (1.543).
No entanto, o mesmo período registrou 5.691 mortes, o que representa cerca de 40% do total de nascimentos. Porto Velho também concentrou a maior parte dos óbitos, com 3.106 falecimentos, seguida por Ji-Paraná (801), Cacoal (654), Ariquemes (567) e Vilhena (563).
Casamentos resistem, mas os divórcios avançam
As cinco cidades somaram 6.693 casamentos no ano passado. Embora o número demonstre uma continuidade nas formalizações de união, os divórcios atingiram 3.920, representando quase 59% do total de casamentos.
Porto Velho novamente lidera as estatísticas com 3.425 casamentos e 1.991 divórcios. Em Ariquemes, no entanto, a proporção chama mais atenção: foram 672 casamentos e 514 divórcios, o que significa que mais de três em cada quatro casais que se casaram em 2023 já estavam judicialmente separados até o final do mesmo ano — uma taxa alarmante de 76,5%.
As demais cidades apresentaram os seguintes números:
Ji-Paraná: 1.152 casamentos / 634 divórcios (55%)
Vilhena: 795 casamentos / 448 divórcios (56,4%)
Cacoal: 649 casamentos / 333 divórcios (51,3%)
Casamentos homoafetivos ainda são minoria
Apesar do avanço em termos de direitos civis, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo ainda representam uma pequena parcela. Em 2023, foram registrados 46 casamentos homoafetivos nas cinco maiores cidades de Rondônia — 25 deles somente em Porto Velho, o que evidencia uma maior abertura na capital.
Pequena Pimenteiras do Oeste: onde quase nada muda
Enquanto as grandes cidades lidam com altos números e transformações sociais rápidas, a pacata Pimenteiras do Oeste, com apenas 2.311 habitantes, mostra outro ritmo de vida. Em todo o ano de 2023, foram 39 nascimentos, 12 mortes, sete casamentos e apenas um divórcio. Nenhuma união homoafetiva foi registrada. A cidade segue como um retrato de estabilidade em meio às mudanças que marcam os grandes centros urbanos.
O que os números revelam
Os dados de 2023 mostram um estado em crescimento, mas também em transformação. Nascimentos superam mortes, casamentos ainda acontecem, mas os divórcios crescem em ritmo preocupante. As famílias mudam, os vínculos se reconfiguram, e as estatísticas se tornam reflexo de uma sociedade cada vez mais dinâmica — e complexa.