PORTO VELHO, RO - A blogueira Suzy Alencar, esposa do empresário rondoniense Bruno Mendes de Jesus, preso com 103 barras de ouro avaliadas em R$ 61 milhões em Roraima, usou as redes sociais para esclarecer que em nenhum momento foi presa e declarar-se inocente das acusações feitas contra o esposo.

🔍 Suzy e o filho de nove meses estavam na Hilux onde o ouro foi encontrado. O casal mora em Porto Velho, capital de Rondônia e foi abordado em Boa Vista, na altura da ponte dos Macuxis, na BR-401.

"Tem muitas informações mentirosas e sensacionalistas sendo espalhadas na internet. Quero aqui dizer que em nenhum momento eu fui presa ou meu filho foi pra conselho tutelar", publicou a blogueira.

O fato de Bruno estar na presença da família contribuiu, inclusive, para que o juiz federal Victor Oliveira de Queiroz determinasse sua prisão preventiva. O magistrado destacou que o acusado optou por cometer um crime mesmo na companhia de seus familiares, e isso demonstra que a liberdade de Bruno representa um perigo concreto.

Ao ser questionada sobre o motivo de Suzy não ter sido presa, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, em princípio, a prisão é aplicada à pessoa que se identifica como proprietária ou condutora do veículo.

"Se tava dentro do veículo, é o proprietário, é o condutor, ele vai como sendo o possuidor desses bens", Rodolfo Magno, agente PRF.

Na quarta-feira (6), a defesa do empresário entrou com um pedido de liberdade, alegando que ele é responsável pelo sustento da esposa, que está desempregada, e do filho, um bebê de 9 meses. O pedido de habeas corpus deve ser analisado pelo desembargador Marcus Bastos, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Em meio às especulações sobre seu envolvimento, a blogueira negou qualquer participação no caso e afirmou estar "de consciência limpa". Em uma publicação nas redes sociais, ela declarou:

"Eu sigo firme, com a cabeça erguida, cuidando do meu filho, da minha casa, da minha vida. Com a consciência limpa de quem não fez nada de errado e com o coração em Deus, que tudo vê".

Nas redes sociais, a esposa de Bruno compartilha a rotina. Várias fotos do casal mostram os dois ostentando viagens, passeios e comemorações em família.

A defesa de Bruno afirma que ele atravessava um momento de “necessidade” e, com a esposa desempregada, "acabou fazendo o transporte".

O advogado Smiller Carvalho também informou que ele é um "trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades relacionadas ao setor mineral, que embora possam se desenvolver em áreas de tensão regulatória, são, para muitos, meio de subsistência e única alternativa de sobrevivência."

Abordagem

Durante a abordagem, Bruno apresentou sinais de nervosismo. A PRF suspeitou de inconsistências na documentação apresentada por ele e decidiu fazer uma busca mais detalhada. Foi então que localizaram as barras de ouro escondidas - a maior parte estava no painel do carro.

No início, Bruno disse ser fiscal de obras e afirmou que havia saído de Manaus para verificar uma construção. Na Polícia Federal, não disse mais nada.

É crime transportar ouro?

🫣 Spoiler: sim, é crime se a pessoa não tiver documentação que comprove a origem legal do ouro, o que acontece na maior parte das vezes, especialmente na Amazônia, onde a mineração ilegal é recorrente. E, independentemente da quantidade, a pessoa pode ter problemas com a Justiça Federal.

O agente da PRF em Roraima, Isaías Magalhães, explicou que, em qualquer circunstância, se alguém for parado pela polícia com ouro em pó ou em barra e não apresentar documentação que comprove a origem lícita, será detido e encaminhado à delegacia. Nesses casos, o procedimento é conduzido pela Polícia Federal.