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porto velho, terça-feira 2 de setembro de 2025
PORTO VELHO, RO - Trabalhadores da saúde vinculados ao Governo de Rondônia deram início, nesta terça-feira (2), a uma greve por tempo indeterminado em todas as unidades estaduais. A paralisação foi aprovada em assembleia realizada na última sexta-feira (29) com a participação do Sindicato dos Médicos de Rondônia (Simero), do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinderon) e do Sindicato dos Trabalhadores Administrativos.
Logo nas primeiras horas da manhã, os grevistas se concentraram em frente ao Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho. Representantes afirmam que, mesmo diante de tentativas de gestores de desmobilizar o movimento, a decisão de prosseguir com a paralisação foi mantida.
As entidades destacam que ainda buscam diálogo com o Governo do Estado para negociar as reivindicações.
Na véspera da greve, Simero e Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) reuniram-se com diretores clínicos para definir o funcionamento das unidades durante a paralisação. Ficou estabelecido que hospitais de urgência e emergência, como o João Paulo II, o Heuro, o Hospital Infantil Cosme e Damião, além das UTIs, centro obstétrico de alto risco e serviços oncológicos, manterão 100% dos atendimentos.
Já unidades voltadas a procedimentos eletivos e consultas ambulatoriais, como Hospital de Base, Cemetron, Policlínica Oswaldo Cruz e Hospital de Retaguarda, funcionarão com apenas 30% da carga horária.
Outra orientação aprovada foi a suspensão dos plantões extras, que, segundo o Simero, mascaram os problemas estruturais da rede pública. A ausência de representantes da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) na reunião foi criticada pelos profissionais, que interpretaram o gesto como falta de diálogo em um momento considerado crítico.
Entre as reivindicações apresentadas estão a revisão salarial e o aumento do orçamento da Sesau de 12,3% para 17% da receita estadual, percentual que, de acordo com os sindicatos, está abaixo do aplicado em outros estados.
Os trabalhadores ressaltam que o objetivo da mobilização é garantir melhores condições de trabalho, valorização profissional e um atendimento digno à população.