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porto velho, quarta-feira 26 de novembro de 2025

BRASIL: Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) derrubaram, na noite desta terça-feira (25), a chamada “revisão da vida toda” para aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O placar final ficou 8x3 pela rejeição do cálculo.
A revisão é uma ação proposta por aposentados para que, no cálculo do benefício, fossem consideradas contribuições feitas em outras moedas, antes da criação do Plano Real, em 1994.
Com a decisão, segurados que tiveram o valor da aposentadoria aumentado após obterem a revisão não precisarão devolver o que já receberam.
No entanto, o INSS poderá reduzir o valor do benefício a partir de agora.
Segundo o governo, a adoção da revisão causaria um gasto adicional de R$ 480 bilhões.
Essa estimativa considera não apenas os beneficiários que obtiveram decisões favoráveis, mas também a possibilidade de ampliação do cálculo para todos os segurados.
Os beneficiados não deverão pagar custas processuais nem despesas com perícias judiciais até 5 de abril de 2024, data da publicação da ata que formalizou a derrubada da decisão anterior.
Contrários à revisão
A favor da revisão
O Supremo havia se posicionado a favor da revisão da vida toda em dezembro de 2022.
No entanto, em abril de 2024, ao julgar outra ação, a Corte afastou a aplicação da tese ao entender que a regra que considera apenas salários a partir de 1994 é obrigatória, não permitindo ao aposentado escolher o cálculo mais vantajoso.
Como a decisão que anulou a “revisão da vida toda” foi tomada em outro processo, o STF analisava um recurso na ação original para adequar o entendimento ao novo posicionamento da Corte.
Em abril, o Supremo decidiu que aposentados que receberam valores maiores em razão de decisões favoráveis à “revisão da vida toda” até 5 de abril de 2024 não precisarão devolver os recursos ao INSS.
Honorários advocatícios e custas judiciais referentes a ações até essa data também não poderão ser cobrados dos beneficiários.
Até 2024, muitos aposentados obtiveram decisões favoráveis para revisar o benefício.
O STF entendeu que eles não podem ser prejudicados, já que recorreram à Justiça com base em entendimento que vigorava à época.
Segundo dados citados no julgamento, cerca de 140 mil ações sobre o tema ainda tramitam no Judiciário.
O caso é considerado de grande impacto para a União, que estimou um efeito de até R$ 480 bilhões nas contas públicas caso a revisão fosse mantida.