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    porto velho, sábado 28 de setembro de 2024

Brasil poderá crescer mais de 4% em 2021, diz presidente do BC

Já o ministério da Economia estima contração de 4,7% no PIB de 2020 e um avanço de 3,2% em 2021...


Assessoria

Publicada em: 02/09/2020 15:20:44 - Atualizado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que em 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 5%. No entanto, projeta que a atividade econômica poderá avançar mais de 4% no ano que vem.

"Eu acredito que este ano vamos cair por volta dos 5%, com crescimento do ano que vem um pouco acima dos 4%", disse em entrevista virtual à Bloomberg. 

Na avaliação de Campos Neto, a queda histórica de 9,7% do PIB no segundo trimestre é relflexo do passado. Ele acredita que os próximos trimestres vão mostrar uma aceleração da atividade econômica brasileira.

"O segundo trimestre é como olhar no retrovisor. Agora, já vemos a economia se recuperando. Conforme vamos avançando, essa queda de 9,7% vai recuar", comentou.

Campos Neto destacou ainda que nas últimas semanas as projeções do mercado para a recessão econômica de 2020 estão melhorando. Na edição desta semana do Boletim Focus, a estimativa dos analistas para o desempenho do PIB recuou para queda de 5,28%.

Já o ministério da Economia estima contração de 4,7% no PIB de 2020 e um avanço de 3,2% em 2021.  

Na visão de Campos Neto, o maior risco da retomada seria uma segunda onda da pandemia de Covid-19. "Uma segunda onda é o principal risco para a recuperação do crescimento econômico. Temos ainda o fator medo que vai mudar o comportamento das pessoas. A população tende a se manter em casa e não comprar", explicou. 

Segundo o presidente do BC, já há consenso de que a atividade econômica terá desempenho positivo no terceiro trimestre, no entanto, ainda restam dúvidas sobre o quarto trimestre. "A dúvida é se o quarto trimestre vai crescer mais ou se o crescimento vai desacelerar um pouco por conta da expansão fiscal. Tendemos a pensar que o quarto trimestre será melhor do que o mercado está prevendo", ressaltou.

Setor agro é motor

O presidente do BC comentou ainda que o resultado do PIB no segundo trimestre reforçou o papel do setor agropecuário na economia brasileira. "Vemos que o setor agro no Brasil está muito bem, temos um número positivo, o que significa que o setor nunca parou", observou. 

"O crescimento do Brasil tem sido concentrado no setor agro, no qual o país tem se tornado um dos maiores produtores do mundo, e as pessoas precisam comer. É um setor que continua crescendo em meio a tudo e isso coloca o Brasil em uma posição diferente dos outros países emergentes", completou. 

Ele destacou que o "novo normal" do comércio global após a pandemia vai favorecer a maior participação do Brasil no comércio exterior. "Alguns países agora entendem que ter a produção de um suprimento importante concentrado em um único país não é o melhor jeito. Vemos uma deslocamento no valor do comércio global. Precisamos estar inclusos", reforçou. 


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