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porto velho, segunda-feira 7 de julho de 2025
O país está criando mais empregos com carteira assinada em 2021, mas, com a disparada da inflação e com o número ainda elevado de desempregados disputando uma vaga, os salários oferecidos estão cada vez mais baixos.
Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que a remuneração média real de contratação – descontada a inflação – está menor do que a oferecida há 1 ano em dois terços das ocupações que mais geram vagas no país.
“Das 100 principais profissões, só um terço delas só conseguiram ganhar da inflação. É o menor índice do ano e, agora, com a inflação já passando de 10% em 12 meses está ficando mais difícil. Isso vai corroendo os ganhos” , afirma o economista Fabio Bentes, autor do levantamento.
O estudo foi feito a partir do dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), considerando as 100 ocupações com o maior número de brasileiros empregados, que correspondem a 72% do estoque total de empregos formais no Brasil.
Segundo os dados do Caged, o salário médio real de admissão no país no mercado formal foi de R$ 1.792,07 em agosto – o menor valor dos últimos 12 meses. Descontada a inflação, o valor representa uma queda de R$ 25 em relação a julho (R$ 1.817) e de R$ 113 na comparação com agosto do ano passado (R$ 1.905).
“A ocupação entre as profissões está crescendo. Mas, embora o mercado de trabalho esteja reagindo, essa aceleração dos preços nos últimos meses está corroendo ganhos de renda do mercado formal de forma sistemática desde junho", afirma Bentes.
Os números do Caged mostram que o país continua gerando vagas com carteira assinada em todos setores da economia, apesar da perda de fôlego da economia nos últimos meses. Segundo os dados oficiais, nos oito primeiros meses do ano foram criadas 2,2 milhões de vagas. Os dados do IBGE mostram, entretanto, que ainda são mais de 14 milhões de desempregados no país.