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porto velho, terça-feira 23 de setembro de 2025
O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, deixou a presidência da estatal nesta segunda-feira (20) em meio a forte pressão provocada pelo Palácio do Planalto e aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) após mais um reajuste no preço dos combustíveis, anunciado pela estatal na última sexta-feira (17). No entanto, a saída de Coelho pode não causar o efeito esperado pelo governo.
A pressão em cima do Planalto às vésperas das eleições tem aumento o desespero da ala governista. Pesquisas internas feitas pelo PL colocam Bolsonaro abaixo de seu principal concorrente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a culpa, na visão da ala política, é dos combustíveis.
O reajuste de 8,9% no diesel em maio deste ano foi o estopim para Bolsonaro demitir José Mauro Coelho, pouco mais de 40 dias após sua nomeação. O nome de Coelho era avalizado pelo então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, também demitido após esse reajuste.
Coelho, no entanto, se manteve na presidência da estatal até o Conselho de Administração avaliar a nova indicação do governo, o que ainda não aconteceu.
Nos últimos dias, governistas se mobilizam para alterar a Lei das Estatais e autorizar uma interferência política maior na Petrobras. A demissão de José Mauro Coelho passa por essa vontade de ter maior controle sobre o preço dos combustíveis.
Na visão do especialista em agronegócio José Carlos de Lima Junior, a troca não irá reduzir o preço e nem irá mudar a decisão do Conselho de Administração.