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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
PORTO VELHO RO - O Núcleo Psicossocial das Varas de Família da Comarca de Porto Velho promoveu na última sexta-feira, 10, no Fórum Sandra Nascimento, em Porto Velho, a Oficina Pais e Filhos, voltada aos envolvidos em processos em tramitação nas referidas varas.
As oficinas fazem parte de um projeto que busca prevenir a alienação parental, fenômeno que decorre de processos conflituosos, nos quais uma das partes busca denegrir a imagem do ex-cônjuge perante os filhos. O objetivo é apoiar as famílias e prestar assistência a crianças e adolescentes após a separação dos pais.
As salas foram divididas em duas para adultos, uma para as crianças de 6 a 11 anos e uma para adolescentes, de 12 a 17 anos. As oficinas buscam harmonizar e estabilizar as relações familiares, na medida em que procura conscientizar os pais da importância de ambos na vida dos filhos e dos malefícios que a perda parental ocasiona.
O projeto baseia-se em experiências internacionais como dos EUA, Canadá e Portugal, países nos quais cursos para pais divorciados e filhos crianças e adolescentes revelaram-se positivos e eficazes. Além disso, tem, ainda, a recomendação nº 50, do Conselho Nacional de Justiça, indicando aos Tribunais de Justiça a adoção da Oficina de Parentalidade como política pública para a resolução de conflitos familiares.
O coordenador do Núcleo Psicossocial do Fórum Sandra Nascimento, Fredson dos Santos Batista, explica que a oficina “é um programa educacional preventivo e multidisciplinar e foi pensada para ajudar as famílias que passam por uma reestruturação em decorrência do fim da conjugalidade”.
De acordo com a assistente social Francisca Agamenólia de Oliveira Jacob, o trabalho “foi de sensibilização, para abordar questões de pais que criam os filhos separadamente. Nós começamos a trabalhar com as oficinas desde 2016, e desde então os resultados foram muito relevantes”.
Fredson, ainda, comenta que o projeto “busca transmitir aos pais a técnica de comunicação apropriada na família, informações sobre a lei de alienação parental, guarda, regulamentação de convivência, além de formas adequadas de solução de conflitos por meio da mediação”.
A ruptura dos laços familiares é, certamente, estressante e traumática para os filhos menores, porém crises de longa duração podem e devem ser evitadas. Os casais que conseguem lidar de forma positiva com a separação garantem aos filhos um ambiente acolhedor e favorecem que eles não apenas sobrevivam, mas amadureçam positivamente após a ruptura.
A Oficina não visa avaliar ou julgar os pais, mas apenas ajudá-los, bem como seus filhos menores, a superarem esta fase de reorganização familiar e a terem mais paz em suas vidas, objetivo primordial do Poder Judiciário.