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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
O julgamento de Willians Maciel Dias está prevista para começar às 9h de quinta-feira (5), no Fórum Leal Fagundes, em Vilhena (RO), região do Cone Sul. Ele é o principal acusado de matar um motorista de 70 anos a pedrada durante a última greve dos caminhoneiros, que ocorreu em maio de 2018. A sessão foi marcada no mês passado.
Willians, que responde pelo crime em liberdade, enfrentará o banco dos réus sob acusação de homicídio qualificado, já que o recurso usado impossibilitou a defesa da vítima.
A apuração da Polícia Civil concluiu que Willians teria assumido o risco de matar José Batistela, quando arremessou uma pedra de dois quilos no para-brisa do caminhão da vítima, no Km 9 da BR-364.
O Ministério Público não indicou testemunhas à sessão de quinta-feira. Em contrapartida, a defesa deve apresentar quatro testemunhas. O advogado de Willians, José Francisco, negou novamente que seu cliente tenha praticado homicídio doloso. Disse ainda que o réu não tinha intenção de matar o idoso de 70 anos.
Em fevereiro deste ano, Willians conseguiu uma autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para responder a acusação de homicídio em liberdade.
A decisão de soltar Willians partiu do ministro Jorge Mussi, do STJ. Na época, o relatou destacou na decisão que não há empecilhos para que o acusado responda o processo fora do presídio, mas determinou que o réu usasse tornozeleira eletrônica como forma de medida cautelar.
Homicídio na greve dos caminhoneiros
O caminhoneiro José Batistela, de 70 anos, foi morto no dia 30 de maio, próximo a um ponto de manifestação na BR-364, com uma pedrada na cabeça. O caminhoneiro carregava madeira e, quando decidiu seguir viagem, foi atingido na cabeça por uma pedra.
Segundo a Polícia Civil, a pedra foi arremessada de baixo para cima por Willians. Ele se entregou no dia 7 de junho e confessou o ataque, mas disse não ter intenção de matar o caminhoneiro.
José Batistela estava em caminhão quando foi atingido por pedra. — Foto: Arquivo pessoal
Conforme as investigações, Willians também é caminhoneiro e estava insatisfeito com o fim da greve da categoria. Após a prisão, a defesa fez vários pedidos de liberdade à Justiça, mas todos foram negados.
O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) afirma que o réu precisa responder por homicídio doloso, pois a vítima foi surpreendida com a pedra. No ano passado, a defesa de Willians pediu a desclassificação do crime de homicídio doloso para homicídio culposo – quando não há a intenção de matar – e ainda requereu a exclusão da qualificadora.