Fundado em 11/10/2001
porto velho, quinta-feira 5 de junho de 2025
INTERIOR - O site flagrou, na manhã desta quinta-feira, 28, de enxada em punho, limpando um terreno na região central de Vilhena, a pernambucana Damiana Matilde Feliciano. De máscara, a franzina mulher de 56 anos, 25 deles morando em Rondônia, explicou que encara a dura empreitada porque não gosta de pedir dinheiro ao marido.
Mas, para a nordestina, o trabalho impõe outros desafios: ela sofre com hérnia de disco e tem problemas sérios numa das pernas. “Eu tive paralisia e uma perna é mais curta que a outra. Não vou mais pegar terreno grande. Sofro muito e quase não dou conta”, diz, ofegante, numa pequena pausa em meio à jornada sobre-humana para uma pessoa com tantas limitações.
A situação de penúria de Damiana, moradora do bairro São José, se agravou quando o INSS cortou seu benefício das LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social). Ela conta que tentou de todas as formas recuperar o direito de receber um salário mínimo, já que não tem condições de trabalhar.
“Eles não quiseram nem saber e cortaram o pouquinho que eu ganhava”, diz, referindo-se à frieza do órgão previdenciário.
O marido de Damiana, também com sérios problemas de saúde, trabalha numa empresa de transportes, e não pode parar, porque o penoso serviço como ajudante representa a única renda do casal, que não tem filhos.