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    porto velho, quinta-feira 5 de junho de 2025

Lista de vacinados contra COVID-19, tem rede de farmácias e até funerárias

Na lista de vacinação estão incluídas funerárias e rede de farmácias que furam fila e receberam o imunizante.


Oobservador

Publicada em: 29/01/2021 17:51:55 - Atualizado

Porto Velho-RO - Em flagrante desrespeito aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, a Prefeitura de Cacoal utilizou a vacina CoronaVac contra Covid-19, para vacinar pessoas que não se enquadram nos critérios do Ministério para grupos prioritários.

Na lista de vacinação estão incluídas funerárias e rede de farmácias que furam fila e receberam o imunizante.

São contemplados nesta etapa idosos internados em instituições de longa permanência e os trabalhadores da saúde que estão na linha de frente de combate à Covid-19, tanto em instituições públicas quanto privadas e indígenas. Somente as pessoas enquadradas nestes perfis poderão ser vacinadas com este primeiro lote.

Em especial, as de uma categoria que, por trás de máscaras, jalecos e notas de pesar, tem suas histórias camufladas, esquecidas, não contadas: os profissionais de saúde da linha de frente do combate à covid-19, que estão trabalhando com escalas de trabalho exaustivas e intensas, vendo seus colegas de plantão morrendo tentando salvar quantas vidas forem possíveis.

São essas memórias e sonhos interrompidos que mostram que a frieza das estatísticas não combina com os exemplos deixados por auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, e tantos outros trabalhadores da área que enfrentaram a morte em uma batalha desigual, muitas vezes sem proteção adequada ou auxílio apropriado por parte dos governos contra um inimigo invisível.

O Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO) lamentou em nota de pesar na última terça-feira (26), o falecimento do enfermeiro Vicente Gonçalves de Lima, que faleceu por complicações da Covid-19. O profissional atuava no Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (Heuro).

São esses profissionais da área que são os mais expostos à contaminação. “Todos os profissionais são importantes, todas as vidas importam, mas é esse profissional que está com o paciente 24 horas. O médico vai, prescreve e sai. O técnico e enfermeiro não: fica o tempo inteiro. Outra preocupação é a sobrecarga de trabalho. Nas UTIs, o recomendado é um técnico para cada dois pacientes. Com o afastamento de muitos profissionais, seja por contraírem a doença, seja por serem do grupo de risco, muitas vezes um técnico ficava responsável por quatro pacientes”, disse a servidora N. S. (Seu nome ficará sob sigilo por temer represálias).


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