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porto velho, segunda-feira 2 de junho de 2025
VILHENA-RO: Aos 36 anos, a fisioterapeuta Luana Zuquini está, desde o início da pandemia de Covid-19, trabalhando dentro de um ambiente literalmente frio e assustador: a “UTI Covid” do Hospital Regional de Vilhena, onde pessoas de várias idades e classes sociais lutam para sobreviver à doença.
Testemunhando mortes quase diárias durante exaustivas jornadas de 12 horas, Luana admite que sente medo, mas diz que “a vontade de ajudar é maior”. E revela qual é o sentimento após não conseguir salvar alguns pacientes: “é uma batalha perdida, mas não podemos parar de lutar”.
A jovem profissional diz que a convivência com tantas dores e mortes afetam o psicológico e, tanto ela quanto seus colegas às vezes choram. Apesar da exaustão e dos abalos que sofrem durante as batalhas diárias, os servidores não têm muito tempo para chorar, pois precisam seguir cuidando de quem tenta sobreviver.
Segundo Luana, um dos momentos mais dolorosos para ela é quando precisa emprestar seu próprio telefone celular para pacientes que desejam se despedir dos familiares através de videochamadas, antes de serem intubados.
A fisioterapeuta também se emociona quando leva pacientes para um local onde, através de uma grande janela de vidro, os parentes podem vê-los e fazer acenos, dando força para que resistam.