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    porto velho, sexta-feira 4 de julho de 2025

TJ nega atendimento psicológico particular para acusado de matar grávida em RO

Juíza aponta que unidade prisional onde Gabriel está disponibiliza atendimento psicológico aos presos, inclusive ao réu, por isso ele não precisaria de atendimento privado.


G1

Publicada em: 29/04/2022 08:56:10 - Atualizado


RONDÔNIA - O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) negou, nesta semana, o pedido de assistência psicológica privada para Gabriel Henrique Souza. Ele é acusado de matar Antonieli Nunes para não assumir a paternidade do filho que ela esperava, em Pimenta Bueno (RO).

O Ministério Público do Estado (MP-RO) também havia se manifestado contra o pedido feito pela defesa do réu, pois segundo o MP, o Estado tem profissionais próprios para atender o acusado, caso seja necessário.

Segundo o promotor de Justiça, Tiago Cadore, "não há nenhum motivo para que ele [Gabriel] receba atendimento diferenciado na cadeia".

Entenda

Na última semana os advogados do réu entraram com um pedido de avaliação psiquiátrica alegando que ele sofre de insanidade mental. O pedido foi acatado pela Justiça e o processo foi suspenso por até 60 dias.

A decisão aponta que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) deve designar um especialista em psiquiatria para realizar o exame. Se confirmada a insanidade mental, Gabriel poderá receber tratamento psiquiátrico no seu processo.

Porém, a defesa queria que ele fosse atendido por um profissional particular. A juíza Roberta Cristina Garcia Macedo, titular da Vara Criminal de Pimenta Bueno (RO), indeferiu o pedido, já que a unidade prisional onde Gabriel está disponibiliza atendimento psicológico aos presos, inclusive ao réu.

Na mesma decisão, a magistrada derrubou o sigilo do caso, considerando que "a repercussão do fato tratado deve ter a necessária transparência".

O g1 entrou em contato com a defesa do acusado, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria.

Relembre o caso

Antonieli foi morta no dia 2 de fevereiro e o corpo dela encontrado no dia seguinte, após parentes irem até uma casa para verificar o que estava acontecendo, pois a vítima não apareceu para trabalhar e nem respondia mais as mensagens de celular.

Gabriel compareceu na delegacia no mesmo dia que o corpo foi achado. Ele confessou o crime, mas não ficou preso. Um dia depois, a Justiça de Pimenta Bueno decretou sua prisão e desde então ele se encontra detido.

O acusado é casado e manteve um relacionamento extraconjugal com Antonieli por 10 meses, segundo as investigações. Um dia antes do crime, ela teria revelado a ele que estava grávida e não queria esconder quem era o pai.

Em depoimento, Gabriel contou que teve um "ataque de ansiedade" e começou a estrangular Antonieli enquanto eles estavam deitados "de conchinha".

Ele revelou que só parou o mata-leão quando não sentia mais o próprio braço, "de tanto que havia apertado o pescoço" dela.

Alguns instantes depois, ele teria percebido que Antonieli respirava e pediu que ela desse sinais se ainda estava viva. Quando percebeu os sinais, ele deu uma facada no pescoço da mulher e abandonou a casa levando os pertences e objetos que tinha tocado.

A morte de Antonieli Nunes Martins, de 32 anos, chocou todo o país no início de fevereiro. Familiares e amigos chegaram a realizar um protesto pelas ruas de Pimenta Bueno pedindo por Justiça.


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