Fundado em 11/10/2001
porto velho, sábado 30 de novembro de 2024
SERIGUEIRAS, RO - O vereador Gleidson Gomes Marques, mais conhecido como Polaquinho, pediu licença do cargo por um período de 120 dias “para tratar de assuntos particulares”. Ele é considerado foragido por participação em dois assassinatos, uma tentativa de homicídio e um crime de tortura em Seringueiras (RO).
A portaria com a licença foi publicada no Diário Oficial dos Municípios no fim do último mês. Segundo a presidência da Câmara de Vereadores, foi convocado o suplente Odair José da Silva para ocupar a cadeira de Polaquinho.
O poder legislativo municipal não comentou se pretende adotar outras medidas ou procedimentos contra o vereador.
O g1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito.
Andamento do caso
De acordo com a Polícia Civil, o vereador Gleidson continua foragido. Porém, no último mês, um outro suspeito que era procurado foi localizado e preso em Porto Velho. Ele teria confessado à polícia que se entregou “por medo de morrer”.
Com a detenção, os policiais conseguiram identificar um outro suspeito de participação em um dos homicídios e no crime de tortura. O nome dele não foi divulgado.
Entenda
Um dos casos pelos quais o político é investigado é o de Nany Carvalho Agostin, a mulher que foi estuprada, assassinada e teve o corpo jogado na floresta em janeiro deste ano, em Seringueiras.
A sequência de crimes que a Polícia Civil investiga teria começado depois que um rapaz chamado Laércio furtou a casa do pai do vereador Polaquinho. Nany era namorada dele.
Ao g1, o delegado Reinaldo Reis disse que em dezembro do ano passado o político foi na casa do suspeito de furtar seu pai, acompanhado de outras pessoas. Laércio e Nany foram agredidos e uma terceira pessoa que estava na casa foi atingida com um tiro na mão.
No dia seguinte, os suspeitos voltaram no local e executaram Laércio a tiros. Outra vítima também foi atingida com pelo menos quatro disparos, mas sobreviveu. Nany estava escondida na residência e teria presenciado o que aconteceu.
O vereador e outros suspeitos teriam matado Nany como “queima de arquivo”. Ela foi estuprada e abandonada em uma área de mata da linha da BR-429, em Seringueiras.
O corpo dela foi encontrado somente semanas depois, já em decomposição. Os familiares de Nany só conseguiram identificá-la através de tatuagens que tinha em seu corpo.