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porto velho, sábado 18 de janeiro de 2025
Após o ministro Alexandre de Moraes barrar Jair Bolsonaro de viajar aos Estados Unidos para a posse do presidente Donald Trump, negando a devolução do passaporte do ex-presidente brasileiro, Bolsonaro criticou a decisão.
Em entrevista à Revista Oeste, Bolsonaro afirmou que não estaria indo a uma "festa de batizado", mas ao "evento de posse da maior democracia do mundo".
"Não estou indo para uma festa de batizado da filha ou da neta de ninguém. É um evento de posse da maior democracia do mundo, é um país bélico mais forte do mundo."
O ex-presidente também declarou que recorrerá da decisão. Caso não possa comparecer ao evento, será representado pela esposa, Michelle Bolsonaro.
Entrevista
Nesta manhã, antes da decisão proferida por Moraes, o ex-presidente Bolsonaro concedeu entrevista ao periódico norte-americano The New York Times.
Durante a conversa, ele declarou estar se sentindo "entusiasmado como uma criança" com o convite de Donald Trump e acrescentou que "não está nem mesmo tomando Viagra".
Entenda
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido no âmbito da Operação Tempus Veritatis, da PF, que apura a atuação de organização criminosa suspeita de tentar um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.
Na última semana, a defesa de Bolsonaro solicitou ao STF a liberação do passaporte para que ele pudesse viajar aos EUA entre 17 e 22 de janeiro, a fim de acompanhar a posse de Trump, marcada para o dia 20, em Washington.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que os advogados apresentassem um documento oficial do governo norte-americano comprovando o convite formal.
Segundo Moraes, a defesa apresentou apenas um e-mail enviado ao deputado Eduardo Bolsonaro, sem identificação clara do remetente.
A defesa reiterou o pedido, alegando que o domínio do e-mail era temporário e vinculado à organização da posse, o que seria comum nos EUA. Os advogados argumentaram ainda que a viagem não prejudicaria as investigações em andamento.
A PGR manifestou-se contra o pedido, ressaltando o caráter privado da viagem, sem relevância pública.
Nesta quinta-feira, 16, o ministro rejeitou o pedido, destacando a falta de documentos oficiais que comprovassem o convite e os detalhes da cerimônia alegada.
Moraes também citou a admissão pública do ex-presidente sobre uma possível fuga do país para evitar responsabilização penal, além de indícios de apoio à evasão de outros investigados.