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porto velho, segunda-feira 23 de dezembro de 2024
MUNDO - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, denunciou na quinta-feira que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está distribuindo aos cidadãos do país alimentos impróprios para consumo e apresentou como prova 400 toneladas de produtos vencidos confiscados no porto de Cartagena das Índias.
Santos revelou que os alimentos foram confiscados pela Polícia Fiscal e Aduaneira da Colômbia. Eles seriam distribuídos por comitês políticos de controle social na Venezuela, um mecanismo criado por Maduro para combater máfias que, segundo o líder chavista, são responsáveis por promover a escassez de comida no país.
“Essa é a ponta do iceberg de um negócio desprezível que envolve empresas de fachada na Colômbia, México e vários outros países”, afirmou Santos ao fazer a denúncia.
O presidente colombiano afirmou que Maduro usa esses comitês para explorar a crise humanitária dos venezuelanos. O objetivo não só seria exercer controle político social, mas também teria fins eleitorais e seriam usados para reprimir a oposição.
Segundo Santos, a investigação evidencia os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. “Solicitei à Polícia Nacional e à Direção de Impostos e Alfândegas Nacionais (Dian) a entregar todas as provas obtidas à Promotoria-Geral, com a qual estamos trabalhando, para avançar nas investigações, que têm a colaboração de outros países”, disse.
O esquema foi descoberto quando quatro agências estrangeiras teriam questionado a Promotoria da Colômbia sobre a movimentação de 29 milhões de dólares por 46 contas bancárias de nove países, vários deles na Europa.
O presidente da Colômbia voltou a pedir à comunidade internacional e ao governo da Venezuela a abertura de um canal humanitário para que organizações credenciadas, legítimas e transparentes possam prestar assistência no país.
Santos ainda afirmou que o estado de negação da crise é tão grande que Maduro está dizendo que não existe êxodo de venezuelanos para os demais países da região, mas sim retornando ao país. “A verdade é que se chegou a tal situação que os chamados coletivos foram autorizados a saquear as casas para roubar comida”, denunciou o presidente da Colômbia.
O diretor do Instituto Nacional de Vigilância de Remédios e Alimentos da Colômbia, Javier Guzmán, afirmou que os alimentos confiscados estavam repletos de pragas. “Nenhum desses produtos estava apto para consumo humano”, afirmou.
Na quinta-feira, Santos denunciou também um esquema montado pelo governo de Maduro para fraudar as eleições presidenciais, marcadas para este domingo. Segundo o presidente da Colômbia, o governo venezuelano está levando cidadãos colombianos para votar a favor do chavista.
“Por fontes de inteligência confiáveis, temos conhecimento de um plano do regime de Maduro, iniciado no final do ano passado, para documentar e transportar cidadãos colombianos para que votem no próximo domingo, 20 de maio”, declarou Santos em mensagem pela TV. “O plano detalha a forma, os procedimentos e os valores pagos para garantir o movimento dos eleitores e seu voto favorável a Maduro.”