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    porto velho, terça-feira 25 de junho de 2024

Líderes do G7 se isolam em resort de luxo e revelam caráter elitista do grupo

Chefes de governo dos países mais desenvolvidos se reuniram na Itália para discutir grandes problemas do mundo


CNN

Publicada em: 15/06/2024 11:21:56 - Atualizado

MUNDO: O governo italiano, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, chegou a declarar que tinha convidado o papa Francisco e vários chefes de estado e de governo de países de fora do grupo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o rei da Jordânia, Abdullah 2, para mostrar que o G7 não é um clube indiferente e exclusivo dos países ricos.

Não funcionou.

Os convidados vieram à Itália, deram os seus recados, alguns falaram de igual para igual com os chefes dessas potências ocidentais, mas nem isso conseguiu diminuir a distância que existe entre o grupo e a sociedade real.

Os maiores símbolos disso foram justamente as condições e o local onde o encontro foi realizado.

O local não tem nenhum significado histórico relevante, tendo sido construído em 2010 a um custo estimado, na época, de quase 200 milhões de Euros.

Pior do que isso, os presidentes e primeiros-ministros do G7 ficaram completamente isolados no local, sem contato com o mundo exterior.

A polícia italiana bloqueou todas as vias de acesso num raio de vários quilômetros de distância. Até hotéis que ficavam dentro dessa área de exclusão foram impedidos de receber hóspedes durante os dias do encontro.

Obviamente, uma reunião com os principais políticos de tantos países exige um rígido esquema de segurança.

Mas não houve exceção ao isolamento: o evento não teve nenhum encontro dos líderes do G7 com o público em geral ou com entidades e associações que representam a população comum ou grupos de interesse público.

Os líderes de alguns dos países mais poderosos do mundo resolveram discutir o que eles entendem como desafios do mundo apenas entre eles mesmos.

Nem a imprensa teve acesso aos líderes durante o encontro, com exceção de cinegrafistas que registraram apenas uma mínima parte do encontro –mas que não puderam sequer fazer perguntas aos líderes.

Alguns chefes de estado do G7, como a anfitriã Giorgia Meloni, deram entrevistas ao final do evento.

Mas isso é apenas a obrigação de líderes eleitos democraticamente.

E não muda a conclusão óbvia do quão elitista o G7 continua sendo.


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