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    porto velho, sexta-feira 13 de setembro de 2024

Israel declara emergência e ataca sul do Líbano após ofensiva do Hezbollah

Moradores do norte de Israel foram orientados a sair de casa...


G1

Publicada em: 25/08/2024 10:21:50 - Atualizado

Vista mostra fumaça e fogo no lado libanês da fronteira com Israel, em 25 de agosto de 2024 — Foto: REUTERS/Aziz Taher

MUNDO: Grupo extremista afirmou que lançou mais de 300 foguetes e drones em direção ao território israelense, neste domingo (25). Moradores do norte de Israel foram orientados a sair de casa. Hezbollah afirmou que a operação deste domingo foi 'concluída e realizada' com sucesso.

O exército israelense ordenou bombardeios no sul do Líbano neste domingo (25) após identificar planos para uma ofensiva do grupo extremista Hezbollah contra o país.

Como resposta, o Hezbollah, apoiado pelo Irã, lançou um ataque em larga escala contra Israel, que declarou estado de emergência.

Entenda a escalada do conflito:

Neste domingo, o exército de Israel disparou bombardeios aéreos "preventivos" contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano, após detectar planos para uma investida significativa em seu território.

Depois disso, o Hezbollah, considerado um grupo terrorista por vários países, como Estados Unidos, França e Alemanha, afirmou ter iniciado a "primeira fase" de um grande ataque contra Israel, disparando 320 foguetes e drones, atingindo 11 locais militares do país.

O Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, então decretou um estado de emergência de 48 horas em todo o país, começando às 6h da manhã deste domingo. Voos também foram suspensos no aeroporto de Tel Aviv.

Mais tarde, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que os líderes do Hezbollah e do Irã devem entender que a resposta do país foi "mais um passo para mudar a situação no Norte" de Israel e que "isso não é o fim da história".

Já o Hezbollah afirmou que a operação deste final de semana foi "concluída e realizada" com sucesso.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que cerca de 100 caças "atingiram e destruíram milhares de lançadores de foguetes do Hezbollah" em mais de 40 locais.

O Hezbollah disse que atacou 11 estruturas israelenses. Na mira estavam o "Domo de Ferro" de Israel, além de um "alvo militar especial" que não foi especificado. Imagens divulgadas por Israel mostram o Domo de Ferro operando para repelir os ataques dos extremistas. Assista acima.

De acordo com o Hezbollah, mais de 300 foguetes "Katyusha" e drones foram lançados contra Israel em resposta ao assassinato de um dos chefes do grupo em julho. Fuad Shukr, considerado o número 2 do Hezbollah, foi morto em Beirute durante um ataque israelense.

O grupo extremista afirmou que esta foi a "primeira fase" da resposta à morte de Fuad Shukr e que uma ação completa levará tempo. Segundo os serviços de emergência israelenses, ninguém ficou ferido.

As Forças de Defesa de Israel informaram que o ataque iminente do grupo extremista foi identificado, lançadores de foguetes foram destruídos.

A mídia libanesa afirmou que uma pessoa morreu em um ataque israelense.

Netanyahu e Gallant acompanharam a situação em Tel Aviv. Durante uma reunião no gabinete de segurança, Netanyahu afirmou que a inteligência do país tem conseguido frustrar ameaças.

"Estamos determinados a fazer tudo para defender nosso país, para devolver os moradores do norte em segurança às suas casas e continuar defendendo uma regra simples: a quem nos fizer mal, faremos mal."

Voos foram suspensos no aeroporto de Tel Aviv, segundo a imprensa local. Sirenes de alerta também foram acionadas no norte de Israel, e moradores que vivem na região da fronteira foram orientados a sair de casa imediatamente.

Escalada no conflito

Israel alertou que o ataque do Hezbollah pode representar uma escalada no conflito no Oriente Médio, que já dura 10 meses.

"Israel não tolerará os ataques do Hezbollah contra nossos civis", afirmou Daniel Hagari, porta-voz do Exército.

O ministro das Relações Exteriores Israel Katz afirmou que Israel não quer uma guerra em "grande escala", mas disse que o país vai agir de acordo o desenvolvimento dos últimos acontecimentos.

Os Estados Unidos disseram que estão comprometidos com a defesa de Israel contra qualquer ataque do Irã e aliados.

A ONU e o Egito demonstraram preocupações com uma possível escalada no conflito no Oriente Médio.

O Hezbollah atua como um partido político no Líbano, mas possui um braço armado considerado terrorista por Estados Unidos e Israel. O grupo tem o apoio do Irã e está promovendo ataques contra Israel por causa da guerra na Faixa de Gaza, em solidariedade ao Hamas.

Ameaças a Israel

Um ataque do Hezbollah já era esperado por Israel desde o fim de julho, quando Fuad Shukr foi morto no Líbano. No mesmo dia, Ismail Haniyeh, chefe do Hamas, foi assassinado no Irã.

Israel foi acusado de ter executado os dois ataques que resultaram nas mortes dos extremistas. Desde então, promessas de retaliação partiram do Irã e do Hezbollah.

No dia 16 de agosto, o Hezbollah divulgou imagens que mostram grandes lançadores de mísseis em túneis subterrâneos. O grupo também fez ameaças a Israel.

"A resistência do Líbano hoje possui armas, equipamentos, capacidade, membros, estrutura, habilidade, expertise e experiência, e também fé, determinação, coragem e força como nunca antes. As coordenadas de nossos alvos estão em nossas mãos e os mísseis estão posicionados, prontos e focados neles, em total sigilo", disse.

O risco de uma escalada no conflito no Oriente Médio acontece em meio a negociações para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Autoridades se reuniram no Catar e no Egito nas últimas semanas para discutir um acordo. No entanto, os trabalhos ainda não foram concluídos.


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