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    porto velho, sábado 8 de fevereiro de 2025

Javier Milei transforma Argentina em grande experimento liberal, dizem economistas

Especialistas apontam mudanças maiores do que as feitas por Thatcher


CNN

Publicada em: 07/02/2025 16:49:27 - Atualizado


MUNDO: Falar das particularidades e controvérsias da economia argentina já virou um lugar comum.

Ao longo das décadas, a capital Buenos Aires passou da “Paris da América do Sul” para palco de protestos massivos, com multidões batendo panelas contra a degradação das condições de vida.

Um novo capítulo dessa história começou em dezembro de 2023, com a ascensão do economista Javier Milei ao comando do país e a transformação da combalida economia argentina em um grande laboratório de experimentos liberais.

Economistas ressaltam o otimismo que as propostas do atual presidente da Argentina promovem, por conta de resultados como o equilíbrio das contas públicas, valorização do câmbio em termos reais e o controle da inflação.

“É um grande experimento liberal que é ainda maior que o da [ex-primeira-ministra do Reino Unido, Margaret] Thatcher. Ela estava só focada na economia, e o Milei em uma série de outras coisas. Está sendo uma verdadeira revolução”, diz Roberto Luis Troster, sócio da Troster & Associados e ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Comparando a gestão de Milei com a de seus antecessores, Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central (BC) para Assuntos Internacionais, professor-adjunto na Universidade de Georgetown e colunista do CNN Money, observa que o atual mandatário “está tendo mais sucesso e talvez tenha sucesso em realizar uma reforma mais duradoura”.

Há décadas, a Argentina enfrenta uma crise econômica generalizada. Inflação, câmbio deteriorado e falta de dólares nos cofres públicos são alguns dos fatores que limitaram a economia argentina nos últimos anos.

E no cerne de todos esses problemas, um fator em comum: gastos públicos elevados.

Para manter o nível de suas reservas, a Argentina ainda contraiu uma dívida bilionária com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O empréstimo, porém, também se tornou uma das pedras no sapato dos argentinos à medida que o país foi encontrando dificuldades para honrar o compromisso. Sucessivos governos passaram pela Casa Rosada sem conseguir solucionar o problema.

E quando Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina, indicou seu então ministro da Economia, Sergio Massa, para ser seu sucessor, a nomeação não caiu nas graças do eleitorado argentino.

Quem ficou sob os holofotes na última corrida presidencial argentina, em 2023, foi o libertário Javier Milei. O outsider político do partido La Libertad Avanza (“a liberdade avança”, em tradução livre) venceu Massa com cerca de 55% dos votos.

“Milei chegou em um ponto no qual a sociedade vivia uma desordem em função de uma exaustão de um estilo de governança de esquerda. Houve a opção de fazer algo radical e sair da mesmice, que em poucos anos de governo está tendo um sucesso acima do esperado”, avalia Volpon.

“Grande experimento liberal”

Milei prometeu uma agenda liberal que causaria um “choque econômico” na Argentina por meio de robusto corte de gastos e desregulamentações.

Desde que assumiu o cargo, em dezembro de 2023, o libertário chamou a atenção de diversos agentes econômicos, com sua agenda sendo chamada de “experimento extraordinário” pela revista The Economist.

Pouco antes de Milei completar um ano no cargo, a publicação britânica afirmou que o argentino está conduzindo um dos mais radicais e extraordinários experimentos de liberalismo econômico desde a primeira-ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher, que liderou o país de 1979 a 1990.

Em entrevista ao CNN Money, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, observa que está ocorrendo “uma das experiências mais incríveis deste século” ao olhar para a grama do vizinho.

“Me surpreende a dimensão das medidas, a maioria, ou quase, todas na direção correta. Precisa livrar a Argentina do peso do populismo e da irresponsabilidade que têm caracterizado o país pelos últimos 70 anos. A Argentina é o único caso [recente] no mundo em que o país rico empobrece, e Milei está indo na direção correta”, pontuou da Nóbrega.



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