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porto velho, quarta-feira 23 de julho de 2025
MUNDO: Na segunda-feira (21), a rede social X, de Elon Musk, acusou promotores franceses de iniciar uma “investigação criminal com motivação política” que ameaça a liberdade de expressão de seus usuários, negando todas as acusações contra ela e afirmando que não cooperaria com a investigação.
No início deste mês, promotores de Paris intensificaram uma investigação preliminar sobre a plataforma de mídia social por suspeita de viés algorítmico e extração fraudulenta de dados.
A polícia agora pode realizar buscas, grampos e vigilância contra executivos de Musk e da empresa, ou convocá-los para depor. Caso não cumpram, um juiz poderá emitir um mandado de prisão.
“Com base no que sabemos até o momento, a X acredita que esta investigação está distorcendo a lei francesa para atender a uma agenda política e, em última análise, restringir a liberdade de expressão”, publicou a X em sua conta no Global Government Affairs.
Como resultado, a X afirmou ter recusado o pedido do Ministério Público de Paris para “acesso ao algoritmo de recomendação e aos dados em tempo real da X... como temos o direito legal de fazer”.
A promotoria de Paris não respondeu às acusações de parcialidade política, mas confirmou ter enviado um pedido judicial à X em 19 de julho, solicitando acesso exclusivo ao seu algoritmo.
A empresa afirmou ter oferecido um canal seguro para compartilhar as informações com os investigadores, que teriam acesso confidencial aos dados, mas ainda não havia recebido uma resposta oficial da empresa.
O descumprimento de um pedido judicial pode variar de multa a acusações de obstrução da justiça.
Musk, ex-aliado do presidente dos EUA, Donald Trump, acusou governos europeus de atacar a liberdade de expressão e manifestou apoio a alguns dos partidos de ultradireita da região.
A investigação francesa pode aprofundar a divergência entre Washington e capitais europeias sobre o tipo de discurso permitido online, com autoridades americanas de alto escalão alegando censura a vozes de direita em todo o mundo.
A Comissão Europeia investiga a rede social por violar regras de transparência digital contra conteúdo ilegal, conhecidas como Lei de Serviços Digitais, desde o final de 2023.
A empresa criticou o fato de a investigação ser conduzida sob acusações de crime organizado, o que poderia permitir que a polícia grampeasse os dispositivos pessoais de seus funcionários.
Os supostos crimes podem ter penas máximas de até 10 anos, informou a promotoria de Paris.