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    porto velho, sábado 1 de novembro de 2025

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky admite ceder áreas à Rússia em negociação

Presidente ucraniano sinaliza pela primeira vez possibilidade de concessão territorial sob garantias de segurança e cessar-fogo


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Publicada em: 18/08/2025 10:43:15 - Atualizado


MUNDO: O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste domingo (17), em Bruxelas, que está disposto a considerar a cessão de territórios atualmente controlados pela Rússia como parte de um acordo de paz.

A afirmação foi feita após reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e representa uma mudança em relação à postura anterior de resistência a qualquer concessão territorial.

Zelensky indicou que as negociações poderiam ter como base a atual linha de frente, o que limitaria a cessão às áreas já ocupadas pelas forças russas.

Ele condicionou, no entanto, o início das conversas a um cessar-fogo e à obtenção de garantias de segurança equivalentes ao Artigo 5º da OTAN, embora sem adesão formal da Ucrânia à aliança.

A Rússia mantém sob controle toda a região de Lugansk, partes de Donetsk, Zaporíjia e Kherson, além de cerca de 400 km² em Sumi e Kharkiv, fora das quatro regiões anexadas por Moscou em 2022.

A Crimeia, anexada em 2014, não integra o centro das atuais tratativas. Uma proposta em análise envolve a cessão da totalidade de Donetsk em troca da devolução de áreas de Sumi e Kharkiv, congelando a linha de frente.

Outra hipótese levantada por Zelensky é a troca de territórios ucranianos na região russa de Kursk por áreas hoje sob domínio de Moscou.

A mudança de Zelensky

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky

A abertura de Zelensky ocorre após a cúpula entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, realizada no Alasca na última sexta-feira (15).

Trump defendeu um acordo de paz que incluiria a cessão integral de Donetsk e Lugansk, inclusive áreas não ocupadas, posição que ultrapassa a proposta apresentada por Kiev.

Putin, por sua vez, mantém a exigência de anexação formal dos territórios controlados, desmilitarização da Ucrânia e garantia de não ingresso na OTAN.

Ursula von der Leyen reiterou que mudanças de fronteira não podem ocorrer pela força e que a decisão cabe exclusivamente à Ucrânia.

Outros líderes europeus — Emmanuel Macron, Keir Starmer, Giorgia Meloni, Friedrich Merz e Mark Rutte — viajarão com Zelensky a Washington nesta segunda-feira (18), onde o presidente ucraniano terá reunião com Trump.


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