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porto velho, sábado 21 de dezembro de 2024
O jornalista saudita Jamal Khashoggi, desaparecido desde o último dia 2 de outubro, teria começado a ser esquartejado ainda vivo.
A informação é do jornal turco "Yeni Safak", considerado próximo ao governo e que cita uma suposta gravação de áudio da tortura feita contra o repórter no consulado da Arábia Saudita em Istambul.
O diário diz que o crime foi cometido na presença do cônsul Mohammed al Otaibi, que partiu na última terça-feira (16) para Riad.
"Sumam com ele daqui, vocês me colocarão em problemas", teria dito o diplomata. "Se quer continuar vivo quando voltar à Arábia, fique em silêncio", teria respondido um dos assassinos.
Segundo o jornal turco, os agentes cortaram os dedos de Khashoggi durante a sessão de tortura. O jornalista teria levado sete minutos para morrer, de acordo com o site "Middle East Eye". O desmembramento teria sido conduzido pelo chefe de uma unidade forense enviada por Riad, o médico Salah Mohammed al Tubaigy.
De acordo com uma gravação, Tubaigy realizou o esquartejamento ouvindo música em fones de ouvido e convidou seus assistentes a fazerem o mesmo. Khashoggi era um crítico do regime saudita e conhecia segredos da monarquia, de quem era próximo antes de se tornar dissidente.
O jornal norte-americano "The New York Times" diz que as autoridades da Turquia identificaram cinco suspeitos, dos quais quatro estariam ligados ao príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, líder "de facto" da Arábia saudita.
O monarca, no entanto, foi defendido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem Riad como sua principal aliada no golfo árabe. "Você é culpado até que prove ser inocente", ironizou o mandatário em entrevista à "AP", comparando o príncipe com o novo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh, empossado apesar de uma série de acusações de violência sexual.
O G7, por sua vez, emitiu uma declaração pedindo a identificação dos responsáveis pelo desaparecimento de Khashoggi, que havia ido ao consulado para retirar um certificado de divórcio.
A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, cancelou sua presença em uma conferência de investidores apelidada de "Davos no deserto" e que acontece de 23 a 25 de outubro.
O congresso vem sendo boicotado por autoridades e multinacionais por conta do desaparecimento de Khashoggi. Os investigadores da Turquia devem realizar uma inspeção na casa do cônsul em Istambul nesta quarta. (ANSA)