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porto velho, sábado 21 de dezembro de 2024
A Casa Branca suspendeu nessa quarta-feira (7) a credencial do jornalista da 'CNN' Jim Acosta, após uma discussão com o presidente dos Estados Unidos Donald Trump durante uma coletiva de imprensa.
"O presidente Trump acredita na liberdade de imprensa e espera que façam perguntas difíceis a ele e a seu governo. No entanto, nunca vamos tolerar um jornalista que ponha as mãos em cima de uma mulher jovem que simplesmente tenta fazer seu trabalho como estagiária na Casa Branca", disse em nota a porta-voz da Presidência, Sarah Sanders. Ela referiu-se ao momento em que Acosta relutou para soltar o microfone que a funcionária pedia a ele.
Uma associação de jornalistas que cobrem o governo americano classificou a medida tomada pelo Executivo como inaceitável.
"A Associação de Correspondentes da Casa Branca se opõe fortemente à decisão da administração Trump de usar credenciais de segurança do serviço secreto dos Estados Unidos como uma ferramenta para punir um repórter com quem tem um relacionamento difícil", escreveu em comunicado publicado pela 'France Presse'. "Exortamos a Casa Branca a reverter imediatamente esta ação frágil e equivocada", completou.
A coletiva em que Trump e Acosta se confrontaram ocorreu durante o primeiro pronunciamento do presidente após as eleições legislativas de meio de mandato - midterm - nos Estados Unidos.
O jornalista questionou se Trump teria "demonizado os migrantes" durante campanha eleitoral e o republicano respondeu que não, acrescentando que quer que entrem no país, "mas têm que entrar legalmente".
Acosta continuou: "Estão a centenas de milhas de distância. Isso não é uma invasão". O próprio presidente havia utilizado a palavra "invasão" para referir-se ao caso anteriormente.
Neste momento, Trump se irritou e ordenou: "Já chega, abaixe o microfone", se afastando do púlpito. Acosta, por sua vez, continuou fazendo perguntas e o presidente reagiu: "A CNN deveria se envergonhar de ter você trabalhando para eles, você é grosseiro e uma pessoa horrível", disse o presidente.
O jornalista da 'NBC' Peter Alexander, que fez a próxima pergunta, defendeu Acosta, dizendo que ele é um "repórter diligente". Irritado, Trump respondeu: "Tampouco sou seu fã. Para ser honesto, você não é o melhor", disse a Alexander. E voltou a se dirigir a Acosta: "Quando você informa notícias falsas, o que a CNN faz muito, você é inimigo do povo".
Em outro momento da coletiva, o presidente também silenciou a outra jornalista da 'CNN', April Ryan, quando ela tentava fazer-lhe uma pergunta, mas estava sem o microfone.
O presidente ainda acuso uma jornalista negra de ser "racista" por ter sido interrogado sobre sua retórica "nacionalista", que teria estimulado supremacistas brancos.
Em nota, a CNN considerou que "os ataques do presidente à imprensa foram longe demais". "Não são apenas perigosos, são preocupantemente antiamericanos", escreveu a emissora, que expressou seu apoio a Acosta e todos os jornalistas.
Ao final da coletiva, Trump disse esperar que "o tom possa melhorar (com a imprensa), mas isso começa com a mídia".