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porto velho, sábado 21 de dezembro de 2024
MUNDO - Em dura derrota para a primeira-ministra Theresa May, o governo do Reino Unido adiou a votação, pelo Parlamento britânico, do acordo de separação do país da União Europeia (UE), segundo informações da imprensa local.
O Legislativo se pronunciaria na terça-feira (11) sobre os termos do documento acordado entre May e líderes europeus em novembro. A chefe de governo avaliou que não conseguiria conter, a tempo da sessão, o motim de parte significativa de seus correligionários do Partido Conservador.
Eles acham que o texto faz concessões demais ao bloco europeu e atenta contra a soberania britânica.
Opõem-se sobretudo ao item que prevê o estabelecimento de uma união aduaneira temporária entre o Reino Unido e a UE para evitar a volta de uma "fronteira dura" entre as Irlandas, caso a futura relação entre as partes não tenha sido desenhada até o fim do período de transição pós-"brexit" (dezembro de 2020, com possibilidade de extensão).
O desligamento britânico do grupo continental está agendado para 29 de março de 2019. Na manhã desta segunda (10), entretanto, o Tribunal Europeu de Justiça divulgou decisão segundo a qual o Reino Unido pode optar unilateralmente, até a data acima, por revogar o "divórcio", permanecendo na UE.
Não se sabe ainda para quando será remarcada a votação no Parlamento. May falará aos parlamentares nesta tarde.
Durante o fim de semana, a primeira-ministra conversou com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e com chefes de governo da Alemanha (Angela Merkel) e da Holanda (Mark Rutte), entre outros -segundo jornais ingleses, em busca de emendas ao acordo de separação fechado algumas semanas atrás.
Na segunda, a União Europeia foi categórica em descartar essa possibilidade. "Temos um acordo na mesa. Não vamos renegociar", afirmou Juncker.
A própria May vinha martelando para plateias britânicas nas últimas semanas que se tratava do "melhor e único" acerto possível com o bloco.
Também na segunda, Michael Gove, um dos principais ministros do gabinete conservador, rechaçara a hipótese do adiamento da votação no Parlamento, mas contradissera Juncker -ou, ao menos, o desafiara. "É claro que podemos melhorar esse acordo. É o que a primeira-ministra está tentando fazer."
A notícia do adiamento derrubou a cotação da libra esterlina, que atingiu seu valor mais baixo face ao dólar em 18 meses. Com informações da Folhapress.