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Argentina busca renegociar prazos da dívida com o FMI


Agência Brasil

Publicada em: 29/08/2019 17:35:08 - Atualizado



Em pronunciamento feito na manhã de hoje (29), o presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou que está focado em reduzir o impacto da inflação e das incertezas no período pré-eleitoral. Segundo Macri, as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Hernán Lacunza, como a renegociação dos prazos para pagar a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), servirão "para defender a estabilidade cambial em curto, médio e longo prazos".

Entre as medidas anunciadas na noite de ontem (28) por Lacunza, ministro da Fazenda, está ainda a renegociação do pagamento da dívida da Argentina com o FMI. No ano passado, a Argentina recebeu um empréstimo de US$ 57 milhões. A primeira parcela deveria ser paga, a princípio, em 2021.

"A Argentina não tem um problema de solvência, mas de liquidez a médio prazo", disse  Lacunza, ressaltando que o país está comprometido com os pagamentos. A declaração ocorre um momento em que os mercados temem que o país se torne inadimplente.

As medidas econômicas foram anunciadas duas semanas após as eleições primárias, em que a chapa Alberto Fernández-Cristina Kirchner surpreendeu nas urnas, alcançando 47% dos votos, muito acima dos 32% obtidos por Macri. Nos dias que se seguiram à votação, o dólar disparou e o risco-país aumentou. A Argentina está entre os países com mais altas taxas de inflação, tendo chegado a 48% no ano passado.

Quanto às dívida de curto prazo, o ministro Hernán Lacunza anunciou o reagendamento dos pagamentos de títulos em dólares a investidores institucionais, que detêm 10% desses papéis na Argentina. O objetivo é aliviar a pressão sobre as reservas internacionais e permitir que sejam usadas para intervir no mercado de câmbio e preservar a moeda.

O presidente argentino afirmou que as medidas econômicas foram tomadas depois de ter escutado seus apoiadores e opositores e pediu a colaboração de todos para que as eleições do dia 27 de outubro transcorram com tranquilidade. "Temos 59 dias pela frente até chegar às eleições, e é minha responsabilidade que elas transcorram da melhor maneira, mas nunca depende apenas do governo. Todos os que ocupamos um papel de liderança em nosso país sabemos o peso de cada passo que damos e como isso incide no presente e no futuro dos argentinos", acrescentou o presidente.

Macri ressaltou que entende a insatisfação dos argentinos e citou "o cansaço de nadar contra a corrente, especialmente no último ano e meio, que foi muito duro para todos". Ele disse que seu único objetivo é levar tranquilidade ao país. "Para isso, estou tomando medidas e implementando todas as ferramentas necessárias para reduzir as incertezas e resolver esses problemas que afetam o dia a dia, que impactam em preços e salários e na capacidade de chegar ao fim do mês", afirmou.


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