• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, sábado 18 de janeiro de 2025

Tráfico de drogas rende milhões e impulsiona ações do grupo terrorista Talibã no Afeganistão

"O Talibã conta com o comércio de ópio afegão como uma de suas principais fontes de renda", disse César Guedes, chefe do escritório de Cabul


cnn

Publicada em: 16/08/2021 10:12:50 - Atualizado

Os Estados Unidos gastaram mais de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) em 15 anos de esforços para privar o Talibã de lucroar com o comércio de ópio e heroína produzidos no Afeganistão.

No entanto, a estratégia – que envolvia ações desde a erradicação da papoula até ataques aéreos a plantações e a laboratórios suspeitos – falhou.

Enquanto os EUA encerram sua guerra mais longa, o Afeganistão continua sendo o maior fornecedor de opiáceos ilícitos do mundo, o que não deve mudar no futuro próximo já que o Talibã está prestes a assumir o controle total do país, disseram funcionários e especialistas norte-americanos e da ONU.

Destruição generalizada durante a guerra, milhões de pessoas desalojadas, cortes de ajuda externa e perdas de gastos locais por tropas estrangeiras que deixaram o país alimentam uma crise econômica e humanitária que provavelmente deixará muitos afegãos dependentes do comércio de narcóticos para sobreviver.

Essa dependência ameaça trazer mais instabilidade à medida que o Talibã, outros grupos armados, chefes militares tribais e funcionários públicos corruptos disputam os lucros e o poder das drogas.

Alguns funcionários dos Estados Unidos e das Nações Unidas temem que a queda do governo do Afeganistão crie condições para uma produção ilícita ainda maior de opiáceos, um benefício potencial para o Talibã.

"O Talibã conta com o comércio de ópio afegão como uma de suas principais fontes de renda", disse César Guedes, chefe do escritório de Cabul do Escritório de Drogas e Crime da ONU (UNODC), à Reuters.

“Uma maior produção permitirá a venda de drogas com preço mais barato e atraente e, portanto, maior acessibilidade”, completou.

“Este é o melhor momento para esses grupos ilícitos se posicionarem [para expandir seus negócios], disse Guedes, ao falar sobre a tomada de Cabul pelos insurgentes, no domingo (15).

O Talibã proibiu o cultivo de papoula em 2000, enquanto buscava legitimidade internacional, mas enfrentou uma reação popular e mais tarde mudou sua postura, de acordo com especialistas.


Fale conosco