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Colombiana que teve eutanásia cancelada horas antes entra na justiça contra clínica

Ela sofre de uma doença degenerativa e sem cura.


uol

Publicada em: 11/10/2021 09:43:05 - Atualizado

Os advogados de Martha Liria Sepúlveda, de 51 anos, colombiana que conseguiu o direito à eutanásia mesmo sem estar em estado terminal, entraram na justiça contra a clínica que suspendeu o procedimento que ocorreria no domingo (10).

Segundo a imprensa colombiana, os representantes de Martha protocolaram uma ação contra o Instituto Colombiano del Dolor (Indocol), clínica que seria responsável por realizar o procedimento, mas que o cancelou horas antes.

Em um comunicado, a acusação afirma que a clínica, ao negar o procedimento, submeteu Martha a "tratamento cruel e desumano". O filho dela, Federico Redondo Sepúlveda, disse que a decisão de suspender a eutanásia foi “desrespeitosa e inaceitável”.

Ela sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), e relatou sentir dores e ter perdido o movimento das pernas, o que a atrapalha na vida cotidiana. A doença é degenerativa e sua saúde vai piorar progressivamente, sem chances de cura.

A eutanásia, ou morte assistida, é legalizada na Colômbia desde 1997. O país, aliás, foi o primeiro na América do Sul a legalizar o procedimento. Porém, a prática valia apenas para pacientes que tivessem doenças terminais — ou seja, seria uma forma de abreviar o sofrimento da pessoa em situação já irreversível, se assim fosse a decisão dela.

Martha recebeu a aprovação inédita da Corte Constitucional, a mais alta corte do país, para a realização do procedimento.

A morte assistida de Martha aconteceria em uma clínica neste domingo, às 7 horas (9 horas em Brasília), mas sua família foi comunicada no final da tarde de sábado que o procedimento não seria mais realizado.



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