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    porto velho, sábado 1 de fevereiro de 2025

Crianças que sobreviveram ao tiroteio em escola no Estados Unidos discursam no Capitólio

Menina de 11 anos relata como se fingiu de morta para sobreviver ao massacre em uma escola no Texas


correio brasiliense

Publicada em: 09/06/2022 09:39:14 - Atualizado


MUNDO-Passaram-se 16 dias, e o ataque à Escola Fundamental Robb em Uvalde, no estado americano do Texas, está vivo na memória da menina Miah Cerrillo, de 11 anos. A estudante comoveu parlamentares e ativistas pelo desarmamento, ontem, durante depoimento exibido no Congresso dos Estados Unidos. Aluna da quarta série, ela relatou sua terrível experiência quando 19 de seus colegas e duas professoras foram mortos em 24 de maio na sala de aula por um rapaz de 18 anos, que portava um fuzil e uma pistola. "Não quero que isso aconteça de novo", implorou a garota, que contou como se fez de morta para sobreviver ao atentado.

Passaram-se 16 dias, e o ataque à Escola Fundamental Robb em Uvalde, no estado americano do Texas, está vivo na memória da menina Miah Cerrillo, de 11 anos. A estudante comoveu parlamentares e ativistas pelo desarmamento, ontem, durante depoimento exibido no Congresso dos Estados Unidos. Aluna da quarta série, ela relatou sua terrível experiência quando 19 de seus colegas e duas professoras foram mortos em 24 de maio na sala de aula por um rapaz de 18 anos, que portava um fuzil e uma pistola. "Não quero que isso aconteça de novo", implorou a garota, que contou como se fez de morta para sobreviver ao atentado.

Mobilização

Enquanto a audiência se desenrolava, do lado de fora do Capitólio manifestantes reforçavam a pressão por uma legislação adicional de segurança para combater a crescente violência armada em todo o país, especialmente em forma de tiroteios em massa — incidentes com pelo menos quatro mortos ou feridos, sem incluir o atacante.

Em menos de 30 dias, três episódios ganharam destaque. Dez dias antes do massacre em Uvalde, um atirador matou 10 afro-descendentes num supermercado em Buffalo, no estado de Nova York. O ataque teve motivação racista. O agressor, um supremacista branco, redigiu um manifesto antes da ação.

Além do relato de Miah, o comitê da Câmara também ouviu familiares de vítimas de outros atentados ocorridos este ano. "Meu filho Zaire tem um buraco no lado direito do pescoço, dois nas costas e um na perna esquerda, causados por uma bala explosiva de um rifle AR-15", assinalou Zeneta Everhart, mãe de um sobrevivente da ação em Buffalo.

"Enquanto trato suas feridas, posso sentir os pedaços dessa bala em sua coluna. Os estilhaços permanecerão dentro de seu corpo pelo resto de sua vida. Agora, quero que imaginem essa mesma situação para um de seus filhos", disse aos parlamentares.

O pediatra Roy Guerrero, que atendeu várias vítimas em Uvalde, contou ter visto cenas de horror. "Dois meninos cujos corpos foram pulverizados pelas balas, decapitados, cuja carne foi dilacerada", citou.

Projeto

Um grupo de senadores democratas e republicanos prepara uma legislação que, embora limitada, poderia se tornar a primeira tentativa de reformar a regulamentação de armas em décadas. O pacote aumentaria o financiamento para cuidados de saúde mental e segurança escolar, ampliaria um pouco as verificações de antecedentes dos compradores de armas e incentivaria os estados a instituir as chamadas "leis de bandeira vermelha", que permitem que as autoridades confisquem armas de pessoas consideradas uma ameaça.

Entretanto, não inclui uma proibição de armas de assalto ou verificações universais de antecedentes. Dessa forma, não cumpre as expectativas do presidente Joe Biden, dos democratas progressistas e dos ativistas contra a violência armada.

Ainda que se chegue a um acordo, o projeto terá que enfrentar um Senado dividido e contar com o apoio de, pelo menos, 10 republicanos, que relutam em fazer uma reforma regulatória significativa. "Esperam que continuemos perdoando e esquecendo várias vezes? O que estão fazendo? Foram eleitos para nos proteger e proteger nossa forma de vida", afirmou, no Capitólio, Garnell Whitfield Jr, ao testemunhar sobre a morte da mãe, Ruth Whitfield, 86 anos, durante o massacre de Buffalo.


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