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Ministério da Defesa taiwanês diz que China lançou 11 mísseis em águas perto da ilha

O comando dos militares chineses afirmou em comunicado que os mísseis foram disparados no mar na parte leste de Taiwan


CNN

Publicada em: 04/08/2022 10:05:59 - Atualizado


MUNDO: A China disparou 11 mísseis em direção às águas perto do nordeste e sudoeste de Taiwan nesta quinta-feira (4), segundo o Ministério da Defesa da ilha, enquanto Pequim cumpre sua promessa de que Taipei pagará um preço por receber a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi.

O Comando do Teatro Oriental dos militares chineses disse em um comunicado que vários mísseis foram disparados no mar na parte leste de Taiwan. Afirmou também que todos os projéteis atingiram o alvo com precisão.

“Toda a missão de treinamento de tiro real foi concluída com sucesso e o controle da área marítima e aérea relevante foi suspenso”, diz o comunicado da China.

Mais cedo, o Comando do Teatro Oriental informou que realizou treinamento de longo alcance com tiro no Estreito de Taiwan, segundo a emissora estatal chinesa, como parte dos exercícios militares planejados ao redor da ilha.

Taiwan relatou que foguetes chineses de longo alcance caíram perto de suas ilhas de Matsu, Wuqiu e Dongyin, que estão no Estreito de Taiwan, mas localizadas mais perto do continente do que da ilha principal. Mais tarde, disse que um total de 11 mísseis Dongfeng (DF) foram disparados para as águas norte, sul e leste da ilha entre 13h56 e 16h no horário local nesta quinta.

A mídia estatal chinesa disse que os exercícios para simular um “bloqueio” aéreo e marítimo em torno de Taiwan começaram na quarta-feira, mas ofereceram poucas evidências sólidas para apoiar a alegação. Mais tarde, imagens mostraram helicópteros militares sobrevoando a ilha de Pingtan, um dos pontos de Taiwan mais próximos da China continental.

A postura militar foi uma demonstração deliberada de força depois que Pelosi deixou a ilha na noite de quarta-feira, com destino à Coreia do Sul, uma das paradas finais de uma turnê pela Ásia que termina no Japão neste fim de semana.

Poucas horas depois de sua partida de Taipei na quarta-feira, o Ministério da Defesa da ilha disse que a China enviou mais de 20 caças pela linha mediana do Estreito de Taiwan, o ponto intermediário entre o continente e Taiwan que Pequim diz não reconhecer, mas geralmente respeita.

Na quinta-feira, o Ministério da Defesa de Taiwan disse que seus militares estavam mantendo uma postura “normal”, mas cautelosa, e chamou os exercícios de tiro de “ato irracional” que tentou “mudar o status quo”.

“Estamos monitorando de perto as atividades inimigas ao redor do mar de Taiwan e das ilhas periféricas e agiremos adequadamente”, disse o ministério em comunicado.

Taiwan também acusou a China de “seguir o exemplo da Coreia do Norte de testes arbitrários de mísseis em águas próximas a outros países” em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores nesta quinta.

Os exercícios causaram interrupções nos horários de voos e navios, com alguns voos internacionais cancelados e os navios instados a usar rotas alternativas para vários portos da ilha.

Exercícios de pressão

Bem antes da visita de quase 24 horas de Pelosi a Taiwan, a China avisou que sua presença não era bem-vinda. O Partido Comunista Chinês reivindica a ilha autogovernada como seu próprio território, apesar de nunca tê-la controlado.

A China divulgou um mapa mostrando seis zonas ao redor de Taiwan que seriam os locais dos exercícios nos próximos dias. O Departamento Marítimo e Portuário de Taiwan disse nesta quinta que a China havia adicionado uma sétima zona de exercícios militares, mas depois retirou a declaração, dizendo que o aviso anterior estava errado.

A mídia estatal chinesa delineou uma ampla gama de objetivos para os exercícios, incluindo ataques a alvos terrestres e marítimos.

“Os exercícios [são] focados em sessões de treinamento importantes, incluindo bloqueio conjunto, ataque a alvos marítimos, ataque a alvos terrestres e operação de controle do espaço aéreo, e as capacidades conjuntas de combate das tropas foram testadas nas operações militares”, disse um comunicado da agência de notícias Xinhua atribuída ao Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular (PLA), que é responsável pelas áreas próximas a Taiwan.

Enquanto isso, o tabloide Global Times disse que os exercícios envolveram alguns dos mais novos e sofisticados armamentos da China, incluindo caças furtivos J-20 e mísseis hipersônicos DF-17, e que alguns mísseis podem ser disparados sobre a ilha – um movimento que seria extremamente provocante.

“Os exercícios são sem precedentes, já que os mísseis convencionais do PLA devem sobrevoar a ilha de Taiwan pela primeira vez”, disse o Global Times, citando especialistas.

“As forças do PLA entrarão em áreas dentro de 12 milhas náuticas da ilha e a chamada linha mediana deixará de existir”.

Relatos de Taiwan sobre o movimento militar chinês incluíram os caças cruzando a linha mediana e um relatório da Agência Central de Notícias, administrada pelo governo de Taiwan, citando fontes do governo, de que dois dos navios de guerra mais poderosos da China – destróieres Type 55 – foram avistados na terça-feira na costa central e sudeste da ilha, sendo a mais próxima a 37 milhas (cerca de 60 km) de terra.


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