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porto velho, domingo 2 de fevereiro de 2025
MUNDO: A China disse que disparou mísseis sobre a ilha de Taiwan pela primeira vez nesta sexta-feira (5), aumentando as tensões na região no momento em que a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, chegou ao Japão, cujos líderes protestaram contra Pequim depois que cinco projéteis caíram perto das ilhas japonesas.
Pelosi se encontrou com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, na manhã de sexta, com a atenção voltada para o Estreito de Taiwan, onde o exército chinês está realizando exercícios aéreos e marítimos em resposta a visita da líder da Câmara americana à ilha nesta semana.
A China já havia disparado mísseis nas águas ao redor de Taiwan – uma ilha democrática de 24 milhões de habitantes que o Partido Comunista Chinês considera parte de seu território – principalmente durante a Crise do Estreito de Taiwan na década de 1990.
Mas mísseis sobrevoando a ilha marcaram uma escalada significativa, com autoridades dos EUA alertando que pode haver mais por vir.
“Antecipamos que a China poderia tomar medidas como essa – na verdade, eu as descrevi com bastante detalhes no outro dia”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, a repórteres na Casa Branca na quinta-feira. . “Também esperamos que essas ações continuem nos próximos dias”.
Um porta-aviões dos EUA permanecerá na área ao redor de Taiwan por mais alguns dias para “monitorar a situação”, acrescentou Kirby.
Falando em Tóquio na sexta-feira, Pelosi acusou a China de tentar “isolar Taiwan”, apontando para a exclusão da ilha de grupos internacionais como a Organização Mundial da Saúde. “Eles podem tentar impedir que Taiwan visite ou participe de outros lugares, mas não vão isolar a ilha impedindo-nos de viajar para lá”, disse ela.
A líder da Câmara americana acrescentou que sua visita a Taiwan foi para manter o status quo, não para mudá-lo.
Kishida acrescentou que os exercícios militares chineses eram “uma questão séria em relação à segurança de nosso país e de seu povo” e pediu a suspensão imediata dos exercícios. O Japão e os EUA “trabalharão juntos para manter a estabilidade no Estreito de Taiwan”, afirmou.
A China iniciou exercícios militares ao redor da ilha na quinta-feira (4), disparando vários mísseis em direção às águas perto do nordeste e sudoeste de Taiwan um dia após a partida de Pelosi.
Um especialista militar chinês confirmou na emissora estatal CCTV que os mísseis convencionais sobrevoaram a principal ilha de Taiwan, incluindo o espaço aéreo coberto por mísseis de defesa taiwaneses.
“Atingimos os alvos sob a observação do sistema de combate Aegis dos EUA, o que significa que os militares chineses resolveram as dificuldades de atingir alvos de longo alcance nas águas”, disse o major-general Meng Xiangqing, professor de estratégia da Universidade de Defesa Nacional. em Pequim.